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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003
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Incor ensina a cuidar do coração

KARINA KLINGER
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Estar ao lado de alguém que sofre um infarto pode ser uma experiência apavorante para quem não tem formação na área de saúde. Mesmo os leigos, porém, podem ajudar muito se souberem o que fazer em um momento como esse -desde que tenham sido treinados. Dar essa orientação prática é o objetivo do Centro de Treinamento em Urgência e Emergência Cardiovascular, que acaba de ser inaugurado pelo Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas), em São Paulo. Inédita no Brasil, a iniciativa é baseada na corrente da sobrevida, um conceito criado na década de 90 pela American Heart Association (EUA) a partir da constatação de que as doenças cardíacas são a principal causa de morte no mundo. Aqui, não é diferente: segundo dados da Fundação Nacional de Saúde, 500 mil brasileiros morrem, a cada ano, por causa de problemas do coração. Nos Estados Unidos, os programas da corrente da sobrevida elevaram a taxa de sobrevivência de pacientes com problemas cardiovasculares para 60%. Antes, não ultrapassava os 7%, diz o cardiologista Sérgio Timerman, consultor de urgência e emergência do Ministério da Saúde, presidente da Fundação Interamericana do Coração e coordenador do novo centro. Como nos EUA, na Austrália e em países europeus, o Incor oferece cursos de emergência gratuitos, ministrados por profissionais de saúde que fornecem informações sobre prevenção e primeiros socorros. Nos treinamentos, que duram de quatro horas a dois dias, as pessoas aprendem desde a importância de controlar o colesterol até como fazer uma ressuscitação. Um das primeiras lições é reconhecer um infarto. Alguns sintomas são forte dor no peito que se irradia para ombros, braços e pescoço, náusea, falta de ar, tonturas e suor. "Ao perceber esses sinais, a pessoa deve pedir ajuda médica imediatamente", diz o médico. O segundo passo é aprender a procurar sinais vitais se a pessoa perder a consciência. "A melhor forma de checar se a pessoa está respirando é observar o movimento do tórax. Se estiver respirando, chame a ambulância. Caso contrário, alguém treinado deve fazer respiração boca-a-boca e massagem cardíaca", ensina o cardiologista. Segundo Timerman, esse tratamento pré-hospitalar tem sido considerado primordial na recuperação dos pacientes, principalmente quando o problema é o infarto agudo do miocárdio. "Quanto mais tempo ficar sem tratamento, pior a lesão no músculo cardíaco e piores as sequelas."


Incor: tel. 0/xx/11/3069-5337


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