A British Council, organização que divulga a cultura inglesa pelo mundo afora, deu uma de "Coluna Social" e promoveu o encontro da cultuada banda underground Asian Dub Foundation com os Meninos do Morumbi, grupo formado por garotos de situação de risco que vivem em favelas da região do Morumbi (zona sul de SP).

   

O som das bandas é bem diferente, já a origem está quase lá. O ADF surgiu em um projeto social, há oito anos, em Londres. O baixista, Dr. Das, que era professor de música eletrônica, junto com um dos alunos, o rapper Master D, e com o ativista de direitos humanos DJ Pandit G, formou uma das bandas de protesto mais atuantes da atualidade.

   

A percussão dos Meninos do Morumbi não demorou para entrar no ritmo da música eletrônica do ADF na "jam session" que fez o Sesc Belenzinho tremer no último dia 26. "Eles têm aulas acadêmicas de música e aprendem a tocar os instrumentos. Quando fazemos uma "jam", procuramos, dentro do repertório, algum ritmo parecido", diz Flávio Pimenta, diretor da ONG Meninos do Morumbi. E quem esbanjou charme foram as garotas do grupo. As dançarinas seguraram o rebolado até o fim.

   

Para Dr. Dass, "o Brasil não é pobre, a renda é que é mal distribuída. É o mesmo caso em Londres e em todos os países que eu conheço. Só que, no Brasil, é mais extremado. A Grã-Bretanha está caminhando para se tornar um país de Terceiro Mundo, só que o governo tenta esconder".

   

Preocupados com os problemas sociais, o ADF criou a ONG Asian Dub Foundation Education, que ensina música para adolescentes carentes em Londres. "O projeto oferece um meio de expressão para essas pessoas, que vão para as drogas ou para o trabalho manual. Ensinamos composição com instrumentos eletrônicos e incentivamos a escrever letras esclarecidas que falam das suas vidas." Perrengue não é exclusividade tupiniquim.


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