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Como funciona a ciência do "cortar e "colar"
Para obter novas características
ou acentuar algumas já existentes,
como resistência a insetos ou melhorias nutricionais, a estrutura
genética da planta é modificada
em laboratório de uma maneira
que não ocorreria naturalmente.
Até entre espécies diferentes, a
engenharia genética possibilita a
transferência de genes -presentes no núcleo da célula- de um
organismo para outro.
O genoma -ou coleção de genes- é responsável por que uma
espécie continue se reproduzindo
com as mesmas características estruturais. Por essa razão, todos os
6 bilhões de seres humanos do
planeta, mesmo com tantas variações de estatura ou de cor, por
exemplo, continuam pertencendo à espécie Homo sapiens.
Desde a década de 70, com a
descoberta da recombinação de
trechos do genoma, é possível
"cortar" um pedaço de DNA e
"colá-lo" em outra molécula de
DNA de qualquer organismo,
permitindo ao "intruso" produzir
substâncias antes impossíveis de
serem fabricadas pelo hospedeiro. Daí o conceito de organismos
geneticamente modificados.
Se imaginarmos que o DNA é
uma molécula com a forma de
uma escada em caracol -ou hélice dupla-, os degraus são os
chamados pares de bases. Em cada degrau, há duas bases -adenina (A) e timina (T) e citosina
(C) e guanina (G)-, as quais só
se combinam entre si.
Para completar a transferência
de genes, ou transgenia, um trecho da hélice é rompido, e as bases são desligadas. Transfere-se
então uma sequência de outro organismo que seja compatível com
a combinação, já que somente A
se liga com T, e C com G.
Em tese, podem-se fazer combinações de DNAs diversos (leia ao
lado algumas das combinações
que estão sendo testadas e as que
já foram realizadas).
A primeira experiência de recombinação de trechos de DNA,
em 1973, foi feita com a inclusão
de genes de sapo em uma bactéria. Contudo somente dez anos
mais tarde foi criada a primeira
planta transgênica: uma linhagem de tabaco resistente a antibióticos.
Gerações
Os alimentos cuja
estrutura é modificada para atender às necessidades dos agricultores, como aumentar a sua resistência a herbicidas e a insetos, por
exemplo, não fornecendo benefícios diretos ao consumidor final,
são chamados de transgênicos de
primeira geração.
Já aqueles que são alterados para conceder aumento de propriedades nutricionais ao consumidor, como alface que funcionaria
como vacina contra a leishmaniose, são chamados transgênicos de
segunda geração.
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