"Era comum eu tomar umas três cervejas antes mesmo de ir trabalhar. Às vezes, também aproveitava para beber um pouco no horário do jantar. Com a cocaína era diferente. Eu usava mais nos finais de semana; começava na sexta e só ia parar no domingo de madrugada. Isso fez com que eu começasse a faltar na segunda-feira. Conhecia o programa da empresa, então decidi procurar meu gestor e solicitar o acompanhamento de uma psicóloga ou assistente social. Mas, quando ele me perguntou o motivo, não tive coragem de dizer. Menti, falando que era porque estava com problemas em casa. Só mais tarde contei a verdade, que estava tendo problemas com álcool e cocaína. Fiquei internado durante 32 dias e, no começo, achei que seria demitido logo que saísse da clínica. Mas isso não aconteceu. Continuo indo à clínica aos sábados, frequento grupos de apoio e tenho encontros semanais na empresa com a assistente social. Estou há 390 dias sem usar nenhuma droga e posso dizer que, graças à empresa, consegui recuperar a dignidade."
T.D.R., 35, auxiliar de estoque


Texto Anterior: As drogas mais comuns em algumas profissões
Próximo Texto: Como cada droga interfere na rotina do funcionário
Índice