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Funcionário troca sapato por pantufa em agência que também oferece shiatsu e videogame para aumentar a produtividade
Uma empresa melhor do que muita casa
ALEXANDRE PETILLO - FREE-LANCE PARA A FOLHA
As pessoas circulam de pantufas. No
bar, servem-se de sucos naturais e
bolachinhas crocantes. Videogames
exercitam a criatividade. Para relaxar,
sessões de shiatsu. Parece até clube,
mas trata-se de uma empresa. E das
mais estressantes.
"Qualidade de vida é uma das premissas da nossa empresa. Pensei que
poderíamos crescer mais se eu tornasse o ambiente de trabalho tão confortável quanto a casa das pessoas",
explica o publicitário Roberto Guarnieri, 28, presidente da A1 Brasil,
agência que desenvolve sites e cria
propaganda para a internet.
Como a maioria das empresas dessa área, a A1 Brasil exige dos funcionários muita criatividade e rigor para
cumprir prazos apertados. Para evitar que essa pressão deixasse os funcionários muito estressados e comprometesse o rendimento da equipe,
Guarnieri implementou uma série de
ações para melhorar a qualidade de
vida na empresa.
Logo de cara, contratou uma massagista de shiatsu, que fica em tempo
integral na agência. Qualquer funcionário que se sentir estressado ou com
dor no corpo chama a terapeuta e recebe 20 minutos de massagem. Se
ainda precisar, pode fazer uma sessão
de uma hora no fim do dia.
Carolina Cortes Moreira, 21, a massagista de plantão, diz que já virou
parte da rotina da empresa. "A massagem se tornou tão importante
quanto a hora do almoço. Eu fico circulando pela agência, e, a todo instante, alguém me chama."
Para completar o clima zen, Guarnieri espalhou pantufas por toda a
empresa, permitindo que os colaboradores trabalhem quase como se estivessem descalços. Há pufes nas salas de reunião e quadros e esculturas
nas paredes e nos corredores. Também existe um minicafé, onde os funcionários lêem livros e revistas de arte
enquanto se servem de sucos variados, lanches naturais e bolachas.
"Priorizo aqui dentro produtos naturais e saudáveis. Os monitores dos
computadores foram feitos para não
afetar os olhos dos usuários, e as
obras de arte expostas são renovadas
periodicamente para que os colaboradores vejam sempre coisas novas."
Outra invenção que conquistou os
funcionários foi o Competition
Team, jogo mensal disputado entre
departamentos e funcionários. Os
pontos são marcados de acordo com
produtividade, velocidade e qualidade do trabalho. O departamento vencedor ganha verba extra para gastar
com o que quiser, e o melhor funcionário recebe bônus salarial de 20%,
além de um troféu personalizado.
"Apesar de ser uma prática competitiva, nunca houve hostilidade. Desde
que instaurei a competição, a produtividade e a rentabilidade da empresa
cresceram 25%", diz Guarnieri.
Os funcionários confirmam que as
novidades implantadas criam um
comprometimento inédito com a
empresa. Lisandra Echenique, 23, gerente de tráfego, quebrou a perna no
domingo à noite, engessou na segunda de manhã e, antes do almoço, já estava trabalhando. "Recebi um atestado e poderia ficar cinco dias em casa.
Mas adoro o que faço, não conseguiria ficar longe."
Há menos de oito meses na agência,
a coordenadora de planejamento
Cassiana Canale, 25, foi promovida
duas vezes. "A descontração faz com
que as pessoas se dediquem ao trabalho de corpo e alma. Eu nunca havia
me empenhado tanto para conquistar espaço."
Uma academia de ginástica dentro
da empresa é a próxima meta da lista
de inovações de Guarnieri. "Eu quero
fazer daqui o melhor lugar para trabalhar. E também o segundo lar dos
meus colaboradores", planeja.
"O objetivo é fazer com que cada
um se sinta parte fundamental da
empresa, desde o boy até o gerente.
Todo mundo que trabalha aqui sente
que é essencial para a agência", explica Priscila Tortorette, 21, vice-presidente da A1 Brasil.
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