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Ingrediente
Uva é uma das frutas mais antigas
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há pelo menos 8.000 anos, a uva
está presente na vida do homem.
Cultivada em todo o mundo,
adaptou-se às condições de clima e solo de cada local, originando cerca de 10 mil variedades com características diferentes de sabor, acidez, doçura,
formato, coloração e tamanho.
A maior parte da produção é utilizada para
fabricar vinhos. No Rio Grande do Sul, onde
são cultivadas cerca de 90% das uvas viníferas
do país, 70% da produção se transforma em
vinhos, e o restante, em sucos e outros derivados. "A produção brasileira para consumo in
natura é relativamente pequena", afirma Danilo Cavagni, presidente da Uvibra (União
Brasileira de Vitivinicultura).
Acredita-se que a fruta tenha se originado na
Ásia. Os gregos, que a consideravam um alimento afrodisíaco, levaram a uva para a península Itálica, onde há evidências de fabricação de vinho desde 600 a.C.. Graças aos romanos, as videiras se espalharam pelo Mediterrâneo e, de lá, pelo mundo. As primeiras mudas
chegaram ao Brasil em 1532.
A origem do vinho está cercada por lendas
-a mais aceita afirma que ele teria sido descoberto por acaso, quando o homem notou que
o suco da uva fermentava e se transformava
em uma bebida embriagante. Segundo o livro
"História da Cozinha Faraônica - A Alimentação no Antigo Egito", de Pierre Tallet, as videiras teriam vindo da Síria e da Palestina.
Ao longo da história da gastronomia, um vinho de determinada região costumava ter características próprias para acompanhar refeições da culinária local. Com a queda do consumo de vinhos em regiões produtoras tradicionais e a globalização, que levou a um aumento
do comércio entre países, a bebida passou a
disputar mercados a partir da década de 70.
Daí surgiu a necessidade de combinar os vinhos com os novos pratos, uma forte tendência atual, também chamada harmonização.
As propriedades medicinais do vinho ainda
são bastante controversas na comunidade médica. "Há estudos que mostram que os flavonóides da casca da uva ajudam na redução do
colesterol, mas outros mostram que não", afirma Anita Sachs, chefe da disciplina de nutrição da Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo). Na dúvida, um cálice diário de vinho
ou mesmo um copo de suco de uva são as doses recomendadas.
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