São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
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Ingrediente

Ameixa é pouco calórica

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

D a mesma família do damasco, do pêssego e da cereja, a ameixa começou a ser cultivada na China, atualmente o maior produtor mundial. A espécie em questão, Prunus salicina, ficou curiosamente conhecida como ameixa japonesa porque foi naquele país que botânicos do Ocidente a viram pela primeira vez.
De acordo com o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Clima Temperado Luis Antonio Suita de Castro, as cultivares japonesas são próprias para consumo ao natural. No Brasil, são plantadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. Já as européias, da espécie Prunus doméstica, correspondem às ameixas em passa ou secas. "Toda ameixa seca consumida aqui é importada (cerca de 10 mil toneladas/ano), pois, embora tenhamos condição de cultivo e cultivares adaptadas, não existem pomares produtivos porque essa cultura compete com a macieira em condições climáticas", explica.
Segundo o "Penguin Companion to Food", do pesquisador Alan Davidson, Plínio, o Velho, foi o primeiro a documentar a existência de ameixeiras. No século 1º d.C., ele afirmou conhecer uma dezena de tipos diferentes da fruta. Ainda de acordo com Davidson, registros dessa época mostram que elas eram cultivadas em jardins de mosteiros na Inglaterra, embora a produção tenha se tornado mais relevante somente durante os séculos 17 e 18. Nos Estados Unidos, representa, nos dias de hoje, a quarta fruta mais importante para a indústria, concentrada no Estado da Califórnia.
A Embrapa possui em seu banco cerca de 130 variedades, das quais somente uma parte se destaca agronomicamente. Entre as principais cultivares japonesas, estão a amarelinha (doce, de tamanho médio a grande, arredondada e com película de cor amarela com manchas vermelhas e polpa amarela) e a irati (muito produtiva, exige pouco frio e dá frutos vermelhos, de polpa amarela a vermelha e sabor doce e levemente acidulado). Entre as européias, a d'agen produz frutas de tamanho médio (4 cm), forma elíptica, casca roxa-clara e polpa amarela, firme e doce, enquanto a stanley apresenta tamanho médio, forma alongada, epiderme azulada e polpa amarelo-esverdeada massuda e menos saborosa.
As ameixas podem ser colhidas um pouco antes de estarem totalmente maduras. A melhor maneira de preservá-las é secando-as naturalmente, mas também podem ser açucaradas, como as famosas ameixas de Elvas, do Alentejo (Portugal). Além do uso na doçaria, as frutas de acidez mais elevada vão bem como acompanhamento de carnes gordurosas. Na Europa central, são comumente usadas para rechear carne de ganso.
Em termos nutricionais, trata-se de uma fruta nutritiva e com baixo valor calórico. Uma ameixa fresca tem, em média, 36 calorias e é boa fonte de fibras, de vitamina C e de potássio.


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