São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007 |
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Neurociência - Suzana Herculano-Houzel Neurocientista no salão
Ser colunista é ótimo
por várias razões,
mas de uma eu gosto
em particular: ter de
escrever artigos quinzenalmente é a desculpa perfeita
para embarcar em investigações paralelas aos assuntos
habituais do laboratório. E
assim eu me vi fazendo aulas
de dança de salão. Neurocientificamente, claro.
Até aí vai. Mas cantarolar a música e dançar ao mesmo tempo leva um tempo. Enquanto os programas motores recém-adquiridos não se tornam automáticos e liberam o córtex para outros assuntos, preciso de todos os neurônios corticais disponíveis para supervisionar meus passos. O bom é que, como preciso concentrar esforços sobre minhas pernas, os problemas do mundo lá fora ficam lá fora. Com mais treino e uma música rápida demais para meu córtex dar conta, descubro um dia que meus núcleos da base já sabem encadear sozinhos todos os programas motores necessários. Meu cérebro aprendeu a dançar salsa! Dança de salão é tudo de bom. As academias são lugares alegres, cheios de jovens e idosos, todos dispostos a aprender coisas novas -e ainda oferecem um exercício completo para o cérebro. Dançando, é possível suar e manter saudável a resposta do cérebro ao estresse, treinar a memória, aprendendo passos e nomes novos, exercitar suas habilidades sociais, interagindo com pessoas desconhecidas, e ainda ativar o sistema de recompensa, o que garante boas horas de prazer e diversão. E depois... é hora do baile! SUZANA HERCULANO-HOUZEL, neurocientista, é professora da UFRJ e autora de "O Cérebro Nosso de Cada Dia" (ed. Vieira & Lent) e de "O Cérebro em Transformação" (ed. Objetiva) suzanahh@folhasp.com.br Texto Anterior: Em casa Próximo Texto: Ingrediente: Pepino é composto por 96,1 % de água Índice |
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