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Como negociar os preços
Como não existe regra ou lei que determine a conduta dos profissionais e/ou
dos pacientes quando o assunto no consultório é dinheiro, aqui vão algumas situações comuns e sugestões úteis para
quando você se encontrar nessa situação.
O assunto não é tabu, afirma o neurologista Jairo Degenszajn. Quando a questão
é apresentada em seu consultório, ele diz
que devolve a pergunta ao paciente. "Pergunto como e quanto ele pode pagar.
Muitos médicos estão abertos à negociação", afirma.
Uma maneira de evitar constrangimentos é conversar com a secretária,
propõe o cardiologista Marcello Barduco, do hospital Sírio Libanês. "Ela costuma saber se o médico está aberto à negociação, se há desconto-padrão. O médico
pode não aceitar nada, é lícito, mas a pessoa tem de perguntar; ninguém vai oferecer desconto sem ser pedido."
E como agir quando se pergunta o preço da consulta e a resposta é: "Com recibo ou sem recibo?". Essa prática vai contra a lei. "Quando isso ocorre, o médico
está diminuindo do valor a porcentagem
que pagaria ao Imposto de Renda, que fica para o governo. Concorde-se ou não
com a lei, ela deve ser cumprida", diz
Henrique Caivano Soares, da Unifesp.
No caso de haver sobreposição de médicos em um só caso, Mauricio Wajngarten, do Hospital das Clínicas, acha que o
médico "principal" pode e deve participar da negociação de preços. "Se o paciente foi internado pelo cardiologista,
por exemplo, mas precisa ser examinado
por um nefrologista, um infectologista
etc., o médico responsável deve combinar com a equipe uma redução dos honorários individuais", diz Wajngarten.
Uma prática usada por alguns profissionais para facilitar o pagamento de
quantias altas, como no caso de cirurgia,
é dar o recibo antes e só receber quando o
paciente tiver sido reembolsado pelo plano de saúde. Isso requer uma relação de
grande confiança.
"É totalmente por conta e risco do médico", afirma Barduco, porque ele passa o
recibo e fica sem nada que comprove a
dívida. "Já aconteceu de o seguro negar o
reembolso e o paciente não pagar. Mas o
médico, nesse caso, não tem compromisso com a seguradora, é uma cortesia,
uma facilidade que foi oferecida ao paciente", diz Barduco. Wajngarten afirma
que soube de um caso pior: o paciente foi
reembolsado e, mesmo assim, não pagou
o médico.
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