São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Quando a consulta é retorno e não será paga

Como existe uma prática comum de pedir ao paciente que volte ao consultório cerca de 15 dias após a consulta, em geral para uma espécie de controle do tratamento, muitos pacientes pensam tratar-se de uma regra. Mas não é. Por isso é bom perguntar logo na primeira consulta se a próxima será considerada retorno ou não. "Pedir o retorno é uma decisão exclusiva e de foro íntimo do médico. Não há regra preestabelecida", diz o infectologista Mauro Brandão Carneiro, do Conselho Federal de Medicina. Para Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, o retorno não é nem pode ser delimitado por número de dias. Ele deve ser determinado conforme a necessidade de cada caso, e há casos em que é necessária uma nova consulta no prazo de uma semana, diz Eduardo da Silva Vaz, da Associação Médica Brasileira. Se o médico vai ou não cobrar, é questão de bom senso, de conhecer as condições do paciente. E também do preço de sua consulta: "Muitas vezes, no preço mais alto, já está embutido o custo do retorno", diz Vaz. De qualquer maneira, a boa relação entre o profissional e o paciente ajuda a estabelecer o que pode ser considerado um "retorno" sem a cobrança da consulta. No tratamento homeopático, o "retorno" não é um costume comum como nas especialidades da medicina convencional. "Até existe, mas não é freqüente", diz Márcio Armani, vice-presidente da Associação Paulista de Homeopatia. Segundo Armani, normalmente o homeopata é procurado para tratar casos crônicos, nos quais não se esperam grandes alterações em curto prazo. O procedimento tem dois momentos: a abordagem inicial na primeira consulta, que demora até duas horas, e as consultas subseqüentes, de cerca de uma hora cada uma. Como a primeira é a mais demorada e é a que serve de base para os tratamentos futuros, alguns médicos costumam cobrar um preço maior, diz Armani.

No dentista
Nos tratamentos odontológicos, também não há regra preestabelecida. O retorno ao consultório sem ser cobrado é algo avaliado caso a caso, segundo Ideval Serrano, presidente da comissão de ética do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo.
"Por exemplo: o paciente é submetido a uma cirurgia, e os pontos precisam ser removidos. Normalmente, o profissional agenda um horário sem cobrar a consulta. Já em casos de tratamento periodontal, em que o paciente deve retornar sempre para acompanhamento e reavaliação, é justo que o profissional cobre o valor de sua consulta", diz Serrano.


Texto Anterior: Como negociar os preços
Próximo Texto: O que influencia no preço
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.