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Pagando os juros
O aposentado Mateus, 56,
foi jogador compulsivo durante dois anos. Jogou de tudo um pouco: baralho, bingo, caça-níqueis, loterias.
Todas as partidas envolviam apostas em dinheiro. O
vício era tão grande que Mateus chegou a vender o carro
para pagar dívidas do jogo.
Mas não foi o suficiente.
Sem renda para continuar
bancando suas apostas, ele
entrou no cheque especial.
Depois passou a pedir empréstimos em bancos.
Ficou devendo para seis
administradoras de cartão de
crédito, emprestou dinheiro
de financeiras. Perdeu completamente a noção do que
estava acontecendo.
"Eram dívidas a perder de
vista. Juros em cima de juros", diz Mateus. "Cheguei a
apostar um salário inteiro em
um único dia", conta.
Casado e pai de um filho,
Mateus diz que a família não
sabia de sua condição, até o
momento em que ele pediu
"socorro", pois pensou em se
suicidar. "Não sabia mais onde pedir dinheiro emprestado, estava desesperado."
Procurou ajuda no Jogadores Anônimos, participou de
algumas reuniões e viu que
ali conseguiria resolver seu
problema. "Demorei para entender que o meu vício era
uma doença", diz.
Nos tempos de vício, Mateus acumulou uma dívida
de cerca de R$ 60 mil. Está
sem jogar há oito anos e
meio, mas ainda amarga o
pagamento dos resquícios da
dívida. "Até hoje sofro as
consequências", finaliza.
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