São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002
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Tratamento começa suspendendo remédio

O primeiro passo para tratar uma dor de cabeça crônica é interromper o uso de analgésicos. Nos primeiros dias sem o remédio, a dor é mais intensa do que normalmente. "Foram três dias de uma dor alucinante", conta a psicóloga Mónica Catalina, 43, que iniciou o tratamento em novembro passado. A pessoa também pode ter sintomas de abstinência, como enjôo, vômito, tremores, insônia, dormência e nervosismo. "O pior são os primeiros quatro, seis dias. É como se fosse uma droga que a pessoa pára de tomar de repente", diz o médico Krymchantowski.
Essa desintoxicação é necessária para que o cérebro consiga reequilibrar a liberação da serotonina e das endorfinas, seus "analgésicos" naturais. Passada essa fase, a pessoa seguirá o tratamento de acordo com o tipo de dor de cabeça. "O tratamento é totalmente diferente de um tipo de dor para outro. Por isso o diagnóstico é fundamental", diz o neurologista.
Segundo Krymchantowski, a automedicação é estimulada pelas próprias bulas dos analgésicos, que orientam o consumidor a tomar um comprimido de seis em seis horas até a dor desaparecer. O problema é que "a dor passa e volta", diz ele.
O médico coordenou um estudo, finalizado em fevereiro, que avaliou o comportamento de balconistas de farmácias nas cinco regiões do país diante de consumidores com queixas típicas de enxaqueca. Mais de 80% deram diagnóstico e receitaram medicamento. Apenas cerca de 40% sugeriram consulta ao médico.
Os tratamentos modernos para a enxaqueca consistem no uso diário de uma medicação preventiva (para atuar no distúrbio cerebral) e combinam antiinflamatórios e remédios chamados triptanos (nome de uma família de substâncias) para aliviar as crises.



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