São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

poucas e boas

Clínica de reprodução aprimora laboratório

GABRIELA SCHEINBERG - FREE-LANCE PARA A FOLHA

Baseado em procedimentos adotados na Suécia, um centro de reprodução humana está conseguindo reduzir os casos de gravidez múltipla em pacientes submetidas a processos de reprodução assistida. Há seis meses, o Centro de Medicina Reprodutiva Huntington está investindo no laboratório em que os embriões são manipulados. "Melhorando a qualidade do laboratório, é possível reduzir o número de embriões transferidos para a mãe e, dessa forma, diminuir o risco de gestação múltipla", afirma Márcio Coslovsky, especialista em reprodução humana da clínica.
Com o objetivo de conseguir uma gestação bem-sucedida nas primeiras tentativas, muitas clínicas transferem de dois a quatro embriões para o útero da paciente. Isso aumenta a chance de que pelo menos um deles sobreviva. Mas a experiência de mais de vinte anos em reprodução assistida mostra que nem sempre esse procedimento é vantajoso, já que muitas vezes resulta em gestação múltipla. "Esse tipo de gravidez aumenta a chance de parto prematuro, paralisia cerebral e problemas respiratórios e cardíacos, além de tornar o bebê mais susceptível a infecções frequentes", explica Coslovsky.
As clínicas Huntington no Rio e em São Paulo instalaram aparelhos que controlam o ar e que mantêm a temperatura mais estável, implantaram medidas para manter o ambiente mais limpo, restringiram o acesso ao laboratório e melhoraram a técnica de manipulação do embrião. Com esse aprimoramento, a implantação de apenas um ou dois embriões foi bem-sucedida em 30% dos casos, em média. Quando são implantados de dois a quatro embriões, esse percentual varia de 40% a 45%.
Segundo o especialista em reprodução humana Nelson Antunes, do hospital Albert Einstein (SP), o mundo inteiro está discutindo a validade da implantação de vários embriões e o risco de gestação múltipla. "O ideal seria implantar só um embrião", afirma. Quanto menor o número de embriões, porém, menor a chance de engravidar. "Em países europeus, em que o governo paga pelo tratamento, fica mais fácil tentar várias vezes até conseguir; no Brasil, quem paga a conta é a paciente", diz.

Há 6,5 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalhando no Brasil

Menos não ajuda Fumar menos não favorece a saúde a longo prazo, indica pesquisa feita no Hospital Universitário de Copenhage (Dinamarca), que acompanhou cerca de 20 mil pessoas por 15 anos. O risco de morte diminuiu 35% entre os que abandonaram o cigarro no período, mas se manteve igual entre os que reduziram os cigarros diários e aqueles que continuaram fumando a mesma quantidade.

Vinho branco para o coração Os benefícios do vinho tinto para a saúde cardiovascular, já comprovados cientificamente, estão agora disponíveis também em um vinho branco especial, desenvolvido pela Universidade de Montpellier (França). Já comercializado na Europa, o Paradoxe Blanc é feito com uvas ricas em polifenol, substância que ajuda a prevenir doenças do coração.

Um outro olhar A Editora Original (tel. 0/xx/11/5087-0999) está lançando "Para Quem Quer Ver Além" (160 págs., R$ 11,90). O livro reúne pensamentos de Dorina Nowill, que ficou cega aos 17 anos e é uma das criadoras da antiga Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que hoje leva seu nome. Parte da renda arrecadada com a venda do livro será revertida para a fundação.

Atleta de fim de semana Praticar esportes sem regularidade não é garantia de saúde. Pesquisadores da Unifesp analisaram 32 homens que jogavam futebol society esporadicamente, todos com sobrepeso e idade média de 41,8 anos, e observaram que 75% correm risco de ter doenças coronarianas.

Peso e catarata Estudo feito com mais de 130 mil pessoas por mais de dez anos estabelece uma relação entre excesso de peso e catarata -a principal causa de cegueira no mundo. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA) constataram que pessoas com idade superior a 45 anos e obesos -com índice de massa corpórea (IMC) acima de 30- são 36% mais propensos a ter a doença.


Texto Anterior: pergunte aqui
Próximo Texto: s.o.s. família - rosely sayão: Pais ausentes não são os que trabalham fora
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.