São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002
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Meio de transporte e altitude, umidade do ar e temperatura do lugar de destino provocam diferentes reações no organismo

Dos pés à cabeça, como o corpo muda na viagem

ANTONIO ARRUDA - DA REPORTAGEM LOCAL

Um copo de refrigerante antes do embarque pode representar aquele desconforto na barriga causado por gases durante a viagem de avião, já que as bolhas de gás se expandem no estômago quando o passageiro está a 10 mil metros de altura porque a pressão atmosférica se reduz. Dois minutos de descuido na neve é o suficiente para a ponta do nariz ficar queimada.
Essas são algumas das informações sobre as mudanças que ocorrem no corpo do viajante durante uma viagem de carro, avião, barco e helicóptero e quando ele chega no destino planejado -seja o lugar frio, quente, com baixa ou alta umidade relativa do ar. E mais: saiba também aqui como evitar inconvenientes causados por essas mudanças.
Para auxiliar nessa tarefa, a reportagem contou com o conhecimento especializado de um time de médicos da chamada medicina de viagem, área que existe no Brasil há apenas cinco anos.
Numa consulta desse tipo, o viajante especifica tintim por tintim a sua viagem e recebe orientações sobre como se prevenir de problemas de saúde, diz o médico Eduardo Nogueira Vinhaes, do departamento de medicina de viagem da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
Sobre as alterações no corpo causadas pela viagem antes mesmo de o viajante sair da própria cidade, como um desarranjo intestinal, "elas estão ligadas à tensão emocional, que é comum antes de viagens", garante Vinhaes.
E, seja qual for o destino, ser cauteloso com a alimentação é procedimento indispensável para quem não quer ficar na cama, vítima da temida e conhecida diarréia do viajante. Quando experimenta a culinária local, a pessoa entra em contato com microorganismos com os quais o seu corpo não está acostumado, explica o médico Fernando Martins, do Cives (Centro de Informação em Saúde para Viajantes), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
"Além disso, a variação de dieta, em pessoas mais sensíveis, pode significar mal-estar", diz ele.
A água é um problema sério, especialmente em países menos desenvolvidos. Por isso não peça bebida com gelo, pois pode ter sido produzido com água contaminada. "A pessoa deve ficar muito atenta ao que come e bebe. O melhor é consumir alimentos assados, cozidos ou aqueles que a própria pessoa descasca. E água, só mineral e aberta pelo próprio consumidor", explica o médico Marcos Boulos, do Ambulatório do Viajante do Hospital das Clínicas de São Paulo.


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