São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002
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No avião há menos "ar"

Respiração: há menos oxigênio disponível na aeronave, devido à pressão atmosférica, que é equivalente à de uma altitude de 3.000 metros. Resultado: respirar fica mais difícil. Em passageiros saudáveis, isso não significa problema; no máximo, pode causar sensação de incômodo ou uma leve dor de cabeça. Mas, em pessoas com problemas respiratórios, como bronquite ou asma crônicas, pode desencadear uma crise. Como a redução de oxigênio atinge todos os tecidos do corpo, pessoas com problemas cardiovasculares ou algum distúrbio sanguíneo, como anemia, podem ser menos tolerantes.
Dicas: não fique andando pelo avião; se sentir falta de ar, reduza o nível de atividade e de conversação.
Estômago e intestino: durante o vôo, o ar se expande em todas as cavidades do corpo. O estômago e o intestino são dois dos órgãos mais atingidos, onde pode haver flatulência.
Dica: não consuma bebida com gás antes do embarque, pois as bolhas de gás comprimidas pela pressão atmosférica vão se expandir quando a pressão, no alto, diminuir.
Pele: a umidade relativa do ar é muito baixa na aeronave. Depois de seis horas de vôo, pode chegar a 10% (a do Saara, na África, é em torno de 13%). Por isso é comum a pele ressecar e, em vôos mais longos, algumas pessoas terem sangramento no nariz. Dicas: use hidratante; se houver sangramento, procure a tripulação.
Hidratação: o ar é muito seco dentro do avião. Com isso, as cavidades respiratórias ficam ressecadas. Se o passageiro não ingerir bastante líquido durante o percurso, pode apresentar um princípio de desidratação, com sintomas como dor de cabeça, sonolência e irritação.
Dica: beba bastante água.
Membros inferiores: em vôos longos, a permanência na posição sentada causa acúmulo de líquidos nas pernas e nos pés, podendo causar inchaço nessas áreas. Na pior das hipóteses, pode ocorrer trombose venosa profunda (erroneamente chamada de síndrome da classe econômica, já que não é exclusividade da viagem de avião, mas de qualquer meio de transporte onde se passe muito tempo sentado). Nesse caso, formam-se coágulos nas veias profundas das pernas, e quando a pessoa se levanta, eles podem se desprender e caminhar pelo corpo, atingindo um órgão. Mulheres que usam anticoncepcionais orais (eles interferem no processo de coagulação), quem já teve algum tipo de trombose e quem ficou muito tempo acamado e viaja em seguida são mais propensos ao problema.
Dicas: procure se movimentar, quando for seguro, levante e abaixe a ponta dos pés para exercitar a batata da perna, use meias compressivas e evite roupas e sapatos apertados.
Ritmo do organismo: a mudança de fuso horário causa uma confusão no organismo, o chamado "jet leg". Sonolência, irritabilidade, fadiga leve e alteração no nível de concentração são algumas das consequências. Dica: expor-se, o mais rápido possível, à variação luz/escuridão. Isso significa que, mesmo que sinta sono durante o dia, aguente firme e durma só à noite.
Ouvido: devido à variação da pressão atmosférica, principalmente na decolagem e na aterrissagem, é comum o ouvido ficar "entupido" ou ainda apresentar dores leves, já que ocorre uma pressão do ar sobre o tímpano. Crianças são as mais afetadas. Dicas: abra e feche a boca repetidamente durante o pouso e a decolagem; aos menores, dê a chupeta ou a mamadeira.


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