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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003
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Tudo orgânico, de pastel de forno a picanha

Mercado amplia oferta e distribuição de produtos naturais; SP terá a primeira loja de uma rede de restaurantes "orgânicos"

TATIANA ACHCAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Bois tratados com homeopatia e criados soltos em pastos isentos de agrotóxicos e fertilizantes. Essa é a matéria-prima da picanha, do filé mignon, da maminha e dos outros cortes de carne que levam a marca GJ Organic Bio Beef. A nova linha, que acaba de chegar aos supermercados e cujo preço é 20% a 30% mais alto que a carne tradicional, foi apresentada nas feiras de produtos orgânicos Pronatura e Nutricionais, realizadas em São Paulo, no mês passado. Os lançamentos dessas feiras põem por terra o preconceito que muitas pessoas ainda manifestam sobre a alimentação natural, que consideram monótona e sem sabor. Agora, já é possível comprar misturas prontas de sucos de frutas orgânicas, como a preparada com laranja e acerola. Os salgadinhos de soja torrada podem ser degustados no sabor picanha e salsa com cebola e limão. Outros tira-gostos saudáveis são as versões orgânicas de gergelim, amendoim e até milho para pipoca. Ao lado do Bio Beef, o frango caipira COQ "engrossa o caldo" dos animais criados de forma extensiva, com alimentação natural, homeopatia e sem o uso de antibióticos e hormônios de crescimento. O fabricante também comercializa os ovos dessas aves, que não ficam confinadas em granjas ruidosas e iluminadas 24 horas por dia. Tanto o Bio Beef como o frango COQ recebem o selo do Instituto Biodinâmico (IBD). A entidade é a primeira certificadora brasileira de produtos orgânicos.

Embalagens corretas
Se o conteúdo é benéfico para a saúde, a embalagem protege o ambiente e aumenta a durabilidade do produto. Em muitos desses lançamentos, o saquinho plástico cede espaço para caixas acartonadas. Algumas possuem rótulos e outras informações em braile. O arroz, o feijão e os derivados de soja, como a farinha "kinako", começam a ser embalados a vácuo, o que os mantém conservados por muito mais tempo. Adaptando-se ao estilo e às necessidades dos consumidores urbanos, o mercado de produtos naturais também começa a oferecer opções para quem tem pouco tempo -ou quem não está muito familiarizado com panelas e legumes. Há pratos prontos e salgadinhos congelados preparados com cereais integrais, proteína de soja e vegetais orgânicos (leia mais sobre esses e outros lançamentos na página ao lado). Além do aumento da diversidade, outro sinal de que os produtos naturais estão se popularizando é favorável ao bolso do consumidor: os preços estão diminuindo. Além disso, está mais fácil encontrar esses produtos, pois muitos já estão disponíveis em supermercados.

Franquia
Em breve, os paulistanos poderão estrear a primeira rede de franquia de restaurantes ecologicamente corretos e orgânicos do Brasil, a E.C.O. Implantado pela empresa Doctor Food, especializada no desenvolvimento de projetos para alimentação, o empreendimento é certificado pelo Instituto Biodinâmico. Além de pratos 100% orgânicos -verduras, cereais, massas, frutas e carnes-, o cardápio propõe uma dieta balanceada e sem frituras.
O projeto arquitetônico inclui materiais renováveis e reciclados, como bloco de entulho e telha de embalagem Tetra Pack, tratamento e reúso de água, lâmpadas de baixo consumo, energia solar e uma pequena usina de compostagem, que transforma o lixo orgânico gerado pelo restaurante em adubo. "O projeto se baseia na auto-sustentabilidade", afirma Sérgio Chamma, diretor da Doctor Food.
Internamente, o restaurante também será ecologicamente correto. As mesas e as cadeiras serão feitas de madeira certificada, as panelas e os utensílios de cozinha, de aço inoxidável ou cerâmica, os uniformes dos funcionários, de tecido reciclado, e o cardápio, de folha de bananeira. A primeira loja deverá ser aberta em janeiro do próximo ano, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo).


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