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Tudo orgânico, de pastel de forno a picanha
Mercado amplia oferta e distribuição de produtos naturais; SP terá a primeira loja de uma rede de restaurantes "orgânicos"
TATIANA ACHCAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Bois tratados com homeopatia e criados soltos em pastos isentos de
agrotóxicos e fertilizantes. Essa é a matéria-prima da picanha, do
filé mignon, da maminha e dos outros cortes de carne que levam a marca GJ Organic Bio Beef. A nova linha, que acaba de chegar aos supermercados e cujo preço é 20% a 30% mais alto que a carne tradicional,
foi apresentada nas feiras de produtos orgânicos Pronatura e Nutricionais, realizadas em São Paulo, no mês passado.
Os lançamentos dessas feiras põem
por terra o preconceito que muitas
pessoas ainda manifestam sobre a alimentação natural, que consideram
monótona e sem sabor. Agora, já é
possível comprar misturas prontas
de sucos de frutas orgânicas, como a
preparada com laranja e acerola. Os
salgadinhos de soja torrada podem
ser degustados no sabor picanha e
salsa com cebola e limão. Outros tira-gostos saudáveis são as versões orgânicas de gergelim, amendoim e até
milho para pipoca.
Ao lado do Bio Beef, o frango caipira COQ "engrossa o caldo" dos animais criados de forma extensiva, com
alimentação natural, homeopatia e
sem o uso de antibióticos e hormônios de crescimento. O fabricante
também comercializa os ovos dessas
aves, que não ficam confinadas em
granjas ruidosas e iluminadas 24 horas por dia.
Tanto o Bio Beef como o frango
COQ recebem o selo do Instituto Biodinâmico (IBD). A entidade é a primeira certificadora brasileira de produtos orgânicos.
Embalagens corretas
Se o conteúdo é benéfico para a saúde, a embalagem protege o ambiente e aumenta a durabilidade do produto.
Em muitos desses lançamentos, o saquinho plástico cede espaço para caixas acartonadas. Algumas possuem
rótulos e outras informações em braile. O arroz, o feijão e os derivados de
soja, como a farinha "kinako", começam a ser embalados a vácuo, o que
os mantém conservados por muito
mais tempo.
Adaptando-se ao estilo e às necessidades dos consumidores urbanos, o
mercado de produtos naturais também começa a oferecer opções para
quem tem pouco tempo -ou quem
não está muito familiarizado com panelas e legumes. Há pratos prontos e
salgadinhos congelados preparados
com cereais integrais, proteína de soja e vegetais orgânicos (leia mais sobre esses e outros lançamentos na página ao lado).
Além do aumento da diversidade,
outro sinal de que os produtos naturais estão se popularizando é favorável ao bolso do consumidor: os preços estão diminuindo. Além disso, está mais fácil encontrar esses produtos, pois muitos já estão disponíveis
em supermercados.
Franquia
Em breve, os paulistanos
poderão estrear a primeira rede de
franquia de restaurantes ecologicamente corretos e orgânicos do Brasil,
a E.C.O. Implantado pela empresa
Doctor Food, especializada no desenvolvimento de projetos para alimentação, o empreendimento é certificado pelo Instituto Biodinâmico. Além
de pratos 100% orgânicos -verduras, cereais, massas, frutas e carnes-,
o cardápio propõe uma dieta balanceada e sem frituras.
O projeto arquitetônico inclui materiais renováveis e reciclados, como
bloco de entulho e telha de embalagem Tetra Pack, tratamento e reúso
de água, lâmpadas de baixo consumo, energia solar e uma pequena usina de compostagem, que transforma
o lixo orgânico gerado pelo restaurante em adubo. "O projeto se baseia
na auto-sustentabilidade", afirma
Sérgio Chamma, diretor da Doctor
Food.
Internamente, o restaurante também será ecologicamente correto. As
mesas e as cadeiras serão feitas de
madeira certificada, as panelas e os
utensílios de cozinha, de aço inoxidável ou cerâmica, os uniformes dos
funcionários, de tecido reciclado, e o
cardápio, de folha de bananeira. A
primeira loja deverá ser aberta em janeiro do próximo ano, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo).
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