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poucas e boas
Cápsula fotografa o interior do organismo
KARINA KLINGER - DA REPORTAGEM LOCAL
Parece cena de filme de ficção científica: o paciente engole um comprimido, prende um aparelho
à cintura, e, enquanto realiza normalmente suas
tarefas cotidianas, seu corpo é fotografado por dentro. É
assim que funciona a cápsula endoscópica, aparelho desenvolvido em Israel que a equipe do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, acaba de trazer para o Brasil.
O médico Artur Parada, chefe do departamento de
endoscopia do hospital, explica que a cápsula endoscópica "é como uma microcâmera com sistema de disparos de flash que tem a capacidade de produzir duas fotos por segundo".
A nova técnica possibilita o diagnóstico de sangramentos no intestino delgado, área não atingida pela endoscopia tradicional. Quando não tratados, esses sangramentos, geralmente causados por inflamações ou
problemas circulatórios, podem provocar anemia crônica. "A cápsula aumenta as possibilidades de fazer um
diagnóstico mais preciso", afirma.
Além disso, a cápsula endoscópica é menos invasiva
que os demais exames endoscópicos, nos quais o paciente é sedado para que o médico possa introduzir um
aparelho com luz e câmera de vídeo que lhe permite visualizar os órgãos internos.
A cápsula endoscópica mede aproximadamente 1 cm
de comprimento e é ingerida como uma pílula comum,
por via oral. Durante a viagem pelo interior do corpo, os
sensores da cápsula produzem 50 mil fotografias que
são arquivadas no dispositivo eletrônico colocado na
cintura do paciente. Essas imagens são transferidas
posteriormente para uma central de computadores e
geram um filme digital de 30 minutos, que é então analisado pelo médico.
De acordo com Parada, a cápsula endoscópica não
causa desconforto ou outros efeitos colaterais. A pessoa
submetida ao procedimento pode levar uma vida normal durante o exame, que demora de seis a oito horas,
tempo suficiente para que a cápsula faça o percurso pelo organismo. Descartável, a cápsula é eliminada com as
fezes.
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