São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2001
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Carne de porco perde gordura e ganha leveza

Associated Press
A carne magra de porco é indicada para hipertensos porque contém pouco sódio


O aprimoramento genético e as rações balanceadas tornaram a carne mais saudável, reduzindo o teor de gordura e colesterol

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma boa notícia para quem não dispensa um lombinho ou uma bistequinha: a carne de porco mudou para melhor. Para atender às exigências de um mercado consumidor cada vez mais preocupado com a saúde, principalmente com os níveis de colesterol, os criadores recorreram à ciência, investindo em vários cruzamentos de raças e no aprimoramento das rações dadas aos animais. Os esforços deram certo: hoje, a carne suína possui 31% menos gordura saturada, 14% menos calorias e 10% menos colesterol do que possuía há duas décadas.
"É preciso acabar com o preconceito contra a carne suína. Atualmente, ela é tão inofensiva quanto a carne bovina ou mesmo de frango", diz o médico Paulo Henkin, especializado em nutrologia.
Segundo Neura Bragagnolo, professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, 62% de toda a carne fornecida por um porco é magra. "No suíno, 70% da gordura está concentrada embaixo da pele, no toucinho. A gordura intramuscular corresponde a apenas 1% ou 2% do total de gordura acumulada pelo animal, o equivalente ao encontrado nas carnes bovina e de frango", explica o veterinário Luciano Roppa, presidente da Associação Latino-Americana de Veterinários Especializados em Suínos.
Isso não significa que as pessoas podem se empanturrar de carne de porco. De acordo com a pirâmide alimentar adotada por médicos e nutricionistas, o consumo de carne deve se restringir a uma ou duas porções diárias (uma porção equivale a um bife pequeno). O que pode ser feito sem culpa é substituir uma porção de frango, por exemplo, por uma de carne de porco magra.
Para os hipertensos, essa troca pode ser vantajosa. Comparada à carne de boi e de frango, a carne de porco possui menos sódio. Quem sofre de hipertensão, problema que afeta de 15% a 20% da população mundial, deve limitar o consumo de sódio, porque essa substância facilita a retenção de líquidos pelo organismo, causando inchaço nas células e aumento da pressão arterial.
De acordo com Roppa, a carne suína possui cálcio, fósforo e potássio e é uma excelente fonte de vitaminas do complexo B. Além disso, é rica em ferro. Cada 100 g de carne suína contém 1,2 mg desse mineral. A mesma quantidade de carne de frango possui apenas 0,6 mg de ferro. "Isso torna a carne suína indicada para a prevenção da anemia", afirma o veterinário. (KARINA KLINGER)


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