|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Veranópolis é a recordista no Brasil
O primeiro lugar do Brasil
em longevidade não fica à
beira-mar nem tem calor
o ano inteiro. Veranópolis, no Rio Grande do Sul,
foi considerada pela Organização Mundial de Saúde
a cidade brasileira campeão de longevidade e ainda arrebatou o terceiro lugar no ranking mundial
dos locais onde as pessoas
vivem mais.
O município fica a 680
m acima do nível do mar e
foi fundado por imigrantes italianos.
A temperatura média é
de 22C, mas no inverno
chega até a nevar.
Dos 19.412 habitantes,
segundo os dados preliminares do Censo 2000,
1.200 têm acima de 60
anos de idade. Mas os dados considerados pela
OMS referem-se à expectativa de vida e à porcentagem de pessoas que chegam aos 80 anos.
A expectativa média de
vida no Brasil é de 68 anos.
Em Veranópolis, chega a
72,1 para homens e 83,8
para as mulheres.
Quanto à possibilidade
de chegar à 4ª idade (ou
aos 80 anos), no Brasil ela
só existe para 2% da população. Porém na pequena cidade da serra gaúcha
o número salta para 8%.
A cidade de Veranópolis
está sendo objeto de pesquisa do Instituto de Geriatria e Gerontologia da
PUC do Rio Grande do Sul
desde 1994.
A equipe, coordenada
pelo médico Emílio Moriguchi, ainda não tem uma
conclusão definitiva.
Mas uma coisa é certa. O
lugar tem tudo o que os
especialistas recomendam
para quem quer atingir a
longevidade: qualidade de
vida, convivência familiar
e social, mesa farta e de
boa qualidade, condições
para a prática de atividade
física (muito trabalho no
campo e deslocamento a
pé), alegria de viver, muitas doses do polêmico vinho tinto fabricado ali
mesmo.
Um ingrediente talvez
não tenha sido levado em
consideração, mas deve
contar e muito: a ausência
de patrões, já que a vida
econômica baseia-se em
minifúndios, onde todos
trabalham, e ninguém
passa necessidade.
Campeã paulista
Em São Paulo, a cidade
praiana de Santos (litoral
sul) é a que mais concentra idosos em todo o Estado: 14% dos moradores
têm mais de 60 anos de
idade.
Eles contabilizam 59.589
pessoas para uma população total de 412.243. Entre
os atrativos estão a orla de
7 km com calçadão e jardim, ruas planas e uma
política de atenção ao idoso que, segundo o Ministério da Previdência, serve
de exemplo ao restante do
país.
Só os programas da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania atingem
mais de 8.000 idosos.
A cidade possui quatro
repúblicas para idosos e
centros de convivência
que oferecem de oficinas
de artes plásticas, dança e
de teatro a ginástica adaptada, viagens e bailes ao ar
livre na praia.
Os programas são voltados, prioritariamente, para os idosos de baixa renda -27,9% das famílias
são chefiadas por homens
com mais de 60 anos.
Destaque ainda para o
programa Vovô Sabe Tudo, da prefeitura, no qual
os idosos com renda de
até três salários mínimos
são pagos para transmitir
conhecimentos a crianças
e adolescentes carentes.
"Além da remuneração,
eles têm a oportunidade
de conviver com outras
gerações", diz a assessora
da secretaria. Pedreiros,
marceneiros, artesãos, entre outros profissionais
podem participar.
Texto Anterior: Copacabana faz toda a diferença Próximo Texto: Idoso ajuda a sustentar o lar Índice
|