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Baterias usadas são recicladas no exterior
Consumidor deve encaminhar material usado ao fabricante,
que é obrigado a reciclar ou descartar em aterros sanitários
DA REDAÇÃO
Elas parecem inofensivas, mas poluem lençóis freáticos e
comprometem a saúde do homem se não forem descartadas
adequadamente. Por trás do invólucro de pilhas e baterias de carro e celular, escondem-se metais pesados como cádmio, mercúrio e chumbo, todos altamente poluentes. Para evitar a contaminação, em junho de 99, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) fixou regras de descarte para
todo tipo de pilha e bateria.
As pilhas comuns (usadas em rádios,
despertadores e outros aparelhos eletrônicos) podem ir para a lixeira com o resto
dos detritos domésticos. Isso porque,
desde o início deste ano, todas as pilhas
comercializadas no Brasil passaram a ser
fabricadas sem mercúrio, cádmio nem
chumbo (a maioria) ou com quantidade
desses metais abaixo do limite máximo
permitido pelo Conama.
A dúvida pode ocorrer no caso de pilhas antigas, por exemplo. A recomendação então é verificar na embalagem se
elas contêm menos de 0,01% de mercúrio, 0,015% de cádmio e 0,2% de chumbo.
Se contiverem metais acima dessas concentrações, o consumidor deve entrar em
contato com o Conama.
Já entre as baterias de celular, a maioria
contém cádmio e, por isso, não deve ser
misturada ao lixo comum.
A resolução do Conama obriga os fabricantes a recolherem as baterias para
reciclá-las ou descartá-las de acordo com
as normas de segurança para metais pesados (são protegidas por cimento e enterradas em aterros sanitários próprios
para esse fim). Chumbo, cádmio e mercúrio podem provocar doenças neurológicas e problemas motores no homem.
Desde o fim do ano passado, os principais fabricantes de celular do país espalharam urnas por lojas e postos de assistência técnica para recolher as baterias
usadas. Para descobrir o endereço dos locais de coleta, o consumidor deve telefonar para as centrais de atendimento ao
cliente (leia texto ao lado).
Algumas operadoras, como a BCP e a
Telesp Celular, também estão recebendo
baterias velhas de qualquer marca em
suas lojas para, em seguida, encaminhá-las ao fabricante. Desde junho de 2000,
quando implantou o programa, a BCP já
recebeu 15 mil baterias em suas 17 lojas.
Como existem poucas empresas de reciclagem no Brasil, boa parte do material
coletado é cimentado e enterrado em
aterros sanitários especiais ou enviado
para fábricas de reciclagem no exterior.
Em novembro passado, a Motorola do
Brasil enviou 10,5 toneladas de baterias
velhas para uma empresa de reciclagem
francesa. A Nokia está armazenando os
produtos em local isolado para, depois,
enviá-los a uma fábrica de reciclagem em
Singapura. Lá, o cádmio, o aço e o níquel
serão reaproveitados em pisos cerâmicos
ou corantes de tinta. Já o plástico e os circuitos internos da bateria serão incinerados para geração de energia elétrica.
A Gradiente também está esperando
encher um contêiner com baterias velhas
para enviá-las ao exterior, provavelmente para uma fábrica de reciclagem japonesa.
Já a Ericsson envia as baterias recolhidas nos 120 postos de serviço espalhados
pelo país para sua fábrica em São José dos
Campos (SP). Lá, a pilha propriamente
dita é separada do invólucro de plástico e
metal. As pilhas são cimentadas e enterradas em aterro sanitário na cidade, de
acordo com as regras fixadas para o descarte de material tóxico.
Segundo Aldo Moino, gerente de marketing da Ericsson, nos dois anos de coleta já foram recolhidas 18 toneladas (cerca
de 20 mil baterias). "Optamos por descartar as baterias porque não conhecemos empresas que as reciclem no Brasil."
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