São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2007
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saúde

Choque contra lesão

Estimulação por ondas sonoras reverte quadros de dores crônicas

Divulgação
Aplicação da terapia para tratamento de fascite plantar


TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Dores crônicas e persistentes como as causadas por bursite de ombro e fascite plantar merecem tratamento de choque. Literalmente.
Em sessões que duram de 15 a 30 minutos e custam cerca de R$ 600 cada uma, aplicações de ondas mecânicas acústicas são utilizadas por ortopedistas para promover alterações biológicas, dissolvendo calcificações comuns em quadros de tendinopatia (doenças nos tendões).
O resultado, segundo os especialistas, é o alívio imediato dos sintomas dolorosos. São necessárias pelo menos três aplicações, e a técnica é especialmente útil para pacientes que já tentaram diversas abordagens de tratamento sem obter melhoras significativas.
Ainda pouco popular no país, a terapia por ondas de choque vem conquistando pacientes e já conta com uma associação médica brasileira que difunde a técnica e com um portal informativo sobre o método (www.ondasdechoque.med.br).
Mas não se trata de um tratamento para qualquer pessoa. "Apesar dos muitos benefícios, não é um método que pode ser usado indiscriminadamente", comenta o ortopedista José Eid, da Sociedade brasileira de Terapia por Ondas de Choque.
Ele explica que a terapia é contra-indicada para grávidas, para quem usa marca-passo e para crianças. Também não deve ser feita em regiões de cavidades do corpo, pois pode produzir sangramentos. Pelo mesmo motivo, não deve ser usada em pacientes que fazem uso de anticoagulantes.
Nos quadros inflamatórios, como os de bursite e de problemas no joelho, a técnica pode entrar como abordagem complementar, com bons resultados. Já para as dores causadas por LER (lesão por esforço repetitivo), a terapia por ondas de choque não é recomendada.
No Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a ortopedista Marta Iamamura pesquisou a eficiência da terapia no tratamento de fascite plantar. Nesse quadro, uma inflamação do tecido que recobre a musculatura da planta do pé se estende do osso do calcanhar até os dedos. Em quatro anos de investigações envolvendo um grupo de 96 pacientes, a especialista observou índices de cura superiores a 90%.
Apesar do nome, o tratamento não é feito com choques elétricos. Nas sessões, um aparelho com a aparência de uma pistola emite ondas sonoras que estimulam o fluxo sangüíneo na região machucada, auxiliando o organismo a absorver depósitos de cálcio e a diminuir a dor graças a superestimulação das terminações nervosas. Não-invasiva, a técnica dispensa internação.


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