São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2000
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Efeito a longo prazo é polêmico

Não há dúvidas de que a emissão de ondas eletromagnéticas acima do limite fixado pela OMS eleva a temperatura do corpo e faz mal ao organismo. A dúvida é se, mesmo dentro da faixa recomendável, há riscos à saúde no caso de exposição prolongada.
Essa exposição -semelhante à enfrentada por quem trabalha ou mora em áreas de grande concentração de antenas- não causa catarata nem má-formação congênita. Mas dezenas de trabalhos indicam prejuízo ao homem. Estudos de 93, no Reino Unido, e 96, na Austrália, mostraram que, quanto mais perto da antena moravam os pesquisados, maior era a incidência incidência de câncer, sobretudo leucemia e tumor cerebral. Outros cientistas, porém, encontraram indícios bem mais fracos dessa correlação. O biólogo John Moulder, do Medical College de Wisconsin (EUA), que acompanha a polêmica há anos, disse à Folha ser muito difícil obter resultados à prova de dúvidas porque não dá para separar a influência da radiação eletromagnética de outros fatores ambientais que também causam doenças. "É difícil conseguir um grupo de pessoas que só esteja exposto a esse tipo de poluição."
A posição da OMS é cautelosa: "Pesquisas mostram que, embora insuficiente para provocar aquecimento do corpo, a exposição pode alterar a atividade elétrica do cérebro de gatos e coelhos. Outros estudos sugerem que ela altera a taxa de proliferação das células, a atividade das enzimas e que também afeta o DNA. Mas as implicações à saúde ainda não foram suficientemente entendidas para dar base a uma restrição à exposição humana".



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