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Efeito a longo prazo é polêmico
Não há dúvidas de que a
emissão de ondas eletromagnéticas acima do limite fixado pela OMS eleva a
temperatura do corpo e
faz mal ao organismo. A
dúvida é se, mesmo dentro da faixa recomendável,
há riscos à saúde no caso
de exposição prolongada.
Essa exposição -semelhante à enfrentada por
quem trabalha ou mora
em áreas de grande concentração de antenas-
não causa catarata nem
má-formação congênita.
Mas dezenas de trabalhos
indicam prejuízo ao homem. Estudos de 93, no
Reino Unido, e 96, na Austrália, mostraram que,
quanto mais perto da antena moravam os pesquisados, maior era a incidência incidência de câncer, sobretudo leucemia e
tumor cerebral. Outros
cientistas, porém, encontraram indícios bem mais fracos dessa correlação. O
biólogo John Moulder, do
Medical College de Wisconsin (EUA), que acompanha a polêmica há anos,
disse à Folha ser muito difícil obter resultados à
prova de dúvidas porque
não dá para separar a influência da radiação eletromagnética de outros
fatores ambientais que
também causam doenças.
"É difícil conseguir um
grupo de pessoas que só
esteja exposto a esse tipo
de poluição."
A posição da OMS é cautelosa: "Pesquisas mostram que, embora insuficiente para provocar
aquecimento do corpo, a
exposição pode alterar a
atividade elétrica do cérebro de gatos e coelhos.
Outros estudos sugerem
que ela altera a taxa de
proliferação das células, a
atividade das enzimas e
que também afeta o DNA.
Mas as implicações à saúde ainda não foram suficientemente entendidas
para dar base a uma restrição à exposição humana".
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