São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004
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poucas e boas

Tratamento de DAOP pode prevenir infarto

ANTONIO ARRUDA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Dores, desconforto e formigamento nas pernas podem indicar mais do que um problema muscular: podem ser sintomas da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), distúrbio caracterizado pela obstrução das artérias dos membros inferiores e que pode atingir 6,5% da população brasileira, segundo pesquisa inédita feita pela Sociedade Brasileira de Cardiologia-Funcor com 1.200 pessoas de 70 cidades.
"Esse percentual pode estar subestimado, já que mesmo pessoas assintomáticas podem ter o distúrbio", diz o cardiologista Raimundo Marques do Nascimento Neto, diretor-executivo da SBC-Funcor. Muitas vezes confundida com um reumatismo, a DAOP deve ser investigada com cautela, pois, segundo Nascimento, 60% dos pacientes que sofrem do distúrbio apresentam "um elevado risco de sofrer um infarto ou um AVC (acidente vascular cerebral)".
Dos possíveis portadores de DAOP (os 6,5% identificados na pesquisa), 41% têm 50 anos ou mais, 76,9% não praticam esportes, 38,5% fumam ou já fumaram, 48,7% têm pressão arterial alta e 14,1% possuem colesterol elevado ou diabetes. Por isso, diz Nascimento, "pessoas com mais de 40 anos ou que se encaixem em um desses padrões devem procurar um especialista".
O exame tornozelo-braquial, que detecta a DAOP, consiste em tirar a pressão arterial dos braços e das pernas do paciente. "Qualquer cardiologista pode fazê-lo, mas essa prática não é muito difundida aqui", conta Marcia Makdisse, que, chefe do setor de cardiogeriatria da Unifesp, já treinou cardiologistas em mais de 70 centros de saúde ligados à SBC-Funcor. "A idéia é que os médicos passem a buscar de forma ativa esse diagnóstico, já que dois terços dos pacientes não apresentam sintomas", diz ela. De acordo com a médica, mudança de hábitos e o uso de medicamentos "podem reduzir em 47% o risco de morte por doenças cardíacas e de um AVC". O próximo passo da SBC-Funcor é aplicar um questionário e realizar exames em 2.500 mil pessoas para "criar a primeira base brasileira para cálculo da incidência do distúrbio", segundo Nascimento.

No Brasil, estima-se que uma em cada cem pessoas seja esquizofrênica

Corte o sal Adotar uma dieta pobre em sal pode ajudar não apenas os hipertensos, segundo pesquisa realizada por médicos do hospital Saint George (Inglaterra), que envolveu 3.000 participantes. O estudo concluiu que reduzir o consumo de sal provoca a diminuição da pressão arterial também em não-hipertensos, que ficam ainda menos expostos a derrames e a ataques do coração.

Câncer e cansaço De acordo com estudo da Universidade Charité (Alemanha), a fadiga em pacientes com câncer pode ser causada por depressão e pela pouca atividade física, e não pela debilidade do sistema imunológico. Em alguns casos, o cansaço pode ser tão grande que impede o paciente de realizar qualquer atividade.

Diabetes sem dúvidas Escrito pelo médico Irl B. Hirsh, professor da Universidade de Washington, o livro "12 Coisas que Você Precisa Saber para Tratar a Diabetes... Agora!" (180 págs., R$ 36, ed. Anima, tel. 0/xx/21/2585-2002) responde, em 12 capítulos, às perguntas mais comuns do diabético, como as possíveis complicações da doença, os medicamentos utilizados no tratamento e os problemas que podem surgir durante a gravidez. A obra traz ainda os principais fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes e explica como organizar a rotina do tratamento, sabendo o que esperar de cada consulta ao médico e como monitorar o nível de glicemia diariamente.

Manual para grávidas Do tratamento adequado do cabelo às contrações do parto, o "Guia Crescer da Gravidez" (176 págs., R$ 30, ed. Globo, tel. 0/xx/11/3457-1555) explica às futuras mães como cuidar da saúde e da mente nos nove meses de gestação. Dividido em quatro capítulos -"Beleza", "Saúde", "Os Nove Meses" e "O Parto"-, o livro foi desenvolvido pela revista "Crescer em Família", da editora Globo, e reúne informações colhidas entre especialistas das áreas de medicina, psicologia, estética e nutrição. No final da obra, há um ABC do parto, que auxilia a mãe a decidir entre o parto natural e a cesariana e a escolher a melhor maternidade.

Voluntárias Adolescentes do sexo feminino que estejam acima do peso podem participar de uma pesquisa sobre o controle da obesidade que será desenvolvida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a partir de agosto. É preciso ter entre 15 e 18 anos e apresentar índice de massa corpórea (divisão do peso pela altura ao quadrado) igual a ou maior que 30. As inscrições devem ser feitas no Ambulatório de Pediatria e Adolescência da Unifesp (r. Botucatu, 715, São Paulo) entre os dias 28 e 30 de julho (tel. 0/ xx/11/ 5576-4000).

Confiança nos pequenos Crianças a partir de seis anos são capazes de entender seus problemas de saúde e contar aos pais, com segurança, o que está ocorrendo com elas, segundo estudo realizado pela escola de saúde pública Johns Hopkins Bloomberg (EUA). A conclusão da pesquisa sugere que questionários feitos diretamente com as crianças, sem a intervenção dos pais -que, muitas vezes, relatam fatos diferentes dos narrados pelos filhos-, podem oferecer dados confiáveis aos pediatras e orientar o tratamento de doenças.



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