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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003
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outras idéias fábio steinberg

Pessoas vencedoras são as que se diferenciam da multidão. Têm características próprias e são à prova de lugar-comum

Ano novo, marca nova

Fim de um ano, começo de outro. A rotina se repete, em casa e no mundo corporativo. Neste, profissionais se mobilizam. Promoções, demissões, aposentadorias, trocas de emprego, tudo isso e muito mais acontece... Como organismos ativos, as empresas não param nunca.
Nesse contexto, lá está você, funcionário de uma organização, qualquer que seja seu nível e tempo de casa. Você se preparou muito na busca pelo sucesso na carreira. Paradoxalmente, a frustração nasce aqui: como é possível terceirizar a responsabilidade pela sua vida profissional, entregando o futuro a uma instituição, por melhor que ela seja? Dá para delegar sua imagem, permitir que seja gerida de maneira impessoal pela empresa em que você trabalha? Não seria essa uma forma de negação da individualidade e da criatividade pessoal -atributos que você tem de melhor?
Se você pensa que sorte é tudo, é melhor parar por aqui. Mas, se acredita que grandes oportunidades e meteoros aparecem de forma inusitada e quase nunca voltam, continue. Não há resposta fácil nem simplista para o sucesso, mas com certeza a solução passa pelo bom gerenciamento da imagem e da comunicação pessoal. Para isto, tal como conselhos de mãe, há iniciativas que são de bom senso e não fazem mal a ninguém.
O erro clássico começa por abrir mão do nome de batismo, substituindo-o pelo corporativo. Até pelo investimento maciço em imagem, marcas e corporações são infinitamente mais reconhecidas e glamourosas que a maioria das pessoas. Por isso, portas e sorrisos se abrem magicamente quando agregamos o nome da organização a qual servimos ao nosso próprio nome. É uma tentação ver o mundo dos serviços se curvar aos nossos pés ou os olhos de estranhos brilharem de admiração e respeito diante de nossa presença. Não raro, esse comportamento se transforma em vício. Muita gente graúda (e inteligente!) abdica do próprio nome até se desligar da empresa. Nesse dia, quem se achava divino volta à condição de mortal. Perde o sobrenome corporativo e não consegue viver em harmonia com o velho "nome de solteiro". É por isso que, desde cedo, o mercado precisa conhecer as pessoas pelo que são, não onde estão trabalhando.
Agora que concordamos na forma, falta o conteúdo -que é o recheio desse pastel. Exemplos? Fazer parte e atuar em associações de classe ou de interesse para a carreira. Ampliar a visibilidade e a reputação com colegas e parceiros de profissão. Estabelecer-se como grande especialista no seu campo profissional. Buscar oportunidades de exposição, como eventos, painéis, entrevistas, artigos etc. Sugestões como essas não são panacéia, mas certamente indicam caminhos para um futuro à prova de turbulências corporativas.
Para quem não acredita nem em bruxas nem em marcas pessoais, há boas razões para aceitar as últimas e evitar as primeiras. Pessoas vencedoras são as que se diferenciam da multidão. Têm características próprias e são à prova de lugar-comum (leia-se: não são descartáveis). Faça um teste. Se fosse um carro, qual seria? Popular ou exclusivo? Sofisticado ou básico? Utilitário ou de passageiros? Da moda ou clássico? Esportivo ou social? Quem seria seu comprador típico? Agora substitua a idéia do carro por você. Quem é essa pessoa que o olha no espelho e o que ela quer projetar? Quais os seus atributos, seus talentos e suas características exclusivas? Como tudo isso se coaduna com seus objetivos pessoais e profissionais? E com o público de interesse?
A sua meta pessoal -independentemente da satisfação com o emprego ou até a inexistência dele- é se tornar estrela com luz própria. Em suma, seja sol, jamais lua. Crie sua marca. Quando? Aproveitando o começo do ano, que tal agora?


FÁBIO STEINBERG é consultor em comunicação empresarial e pessoal; e-mail: fabionet@uol.com.br


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