São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2004
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poucas e boas

Droga em nova versão ajuda o hiperativo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se para um adulto é difícil lembrar-se de tomar remédio a cada duas horas e meia, para uma criança ou um adolescente é ainda pior -principalmente quando essa tarefa precisa ser incorporada ao dia-a-dia. Isso acontece com os portadores de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade): o efeito do metilfenidato, freqüentemente receitado para quem sofre do problema, dura cerca de três horas. Para facilitar o cotidiano dos pacientes, foi desenvolvida uma versão dessa droga que age por mais tempo.
Previsto para chegar às farmácias brasileiras em junho, o lançamento deve ajudar o paciente a seguir o tratamento adequadamente. "Já foi provado que a probabilidade de omissão é maior quando o medicamento, qualquer que seja, precisa ser tomado mais de duas vezes por dia", diz o neurologista João Radvany, do hospital Albert Einstein (SP).
Além disso, o metilfenidato de longa duração (de 8 a 12 horas) evita que a pessoa tenha de interromper suas atividades durante o dia para tomar o remédio. "A criança não precisará mais tomar o medicamento no intervalo das aulas, somente antes de sair de casa", afirma o psiquiatra Enio Roberto de Andrade, diretor do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo.
O TDAH é caracterizado pela dificuldade em realizar tarefas que exijam concentração, como ler ou escrever. "O quadro é genético e faz com que essas pessoas não se concentrem como deveriam", explica Andrade. O transtorno afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e pode afetar a auto-estima, o aprendizado e os relacionamentos. Em alguns casos, os sintomas persistem, mas, como a doença tende a se estabilizar, a incidência entre adultos é menor (de 1,5% a 3%).
Dependendo do caso, o tratamento envolve terapia, antidepressivos ou estimulantes, como o metilfenidato que, segundo Radvany, não vicia e seu efeito estimulante é reduzido. Quem tem o transtorno não é doente nem apresenta deficiência mental, afirma o neurologista, só uma maior dificuldade de concentração. (KK)

Diariamente, mais de 500 brasileiros se tornam portadores de alguma deficiência física

Curiosidade infantil Melhor caprichar nas respostas: se um pimpolho pergunta "O que é isso?", provavelmente ele quer saber mais do que o nome daquele objeto. De acordo com pesquisa da Faculdade Swarthmore (EUA) realizada com crianças de dois a quatro anos, quando fazem esse tipo de pergunta, elas querem saber não apenas como aquilo se chama mas também o que faz e para que serve.

Agulhas e dor de cabeça Estudo divulgado pela revista científica "British Medical Journal" indica que a acupuntura é um método seguro e barato para tratar dores de cabeça crônicas e enxaquecas. Entre 401 pacientes do Reino Unido, a técnica reduziu a freqüência das crises, o uso de medicamentos e as idas ao médico.

Exercícios para Aquiles Quem tem problemas no tendão-de-aquiles pode se beneficiar com exercícios de força. No Hospital Universitário de Umea (Suécia), um grupo de 25 pacientes com dor crônica nessa região do corpo apresentou melhoras significativas após um programa de alongamento muscular com peso, que incluiu até mesmo a recuperação da estrutura do tendão.

Faxina polui Limpar a casa pode piorar a qualidade do ar. Atividades como espanar, varrer ou arrumar a cama aumentam a quantidade de partículas no ar, constatou a pesquisadora Andrea Ferro em sua tese de doutorado na Universidade Stanford (EUA). Para evitar que isso ocorra, ela sugere aumentar a ventilação -abrindo janelas e portas-, limitar o uso de produtos tóxicos e remover carpetes.

Ajuda para a ciência A Unifesp está desenvolvendo várias pesquisas e precisa de voluntários para testar vacina contra a Aids (www.vacinashiv.unifesp.br), adesivo contraceptivo (tel. 0/xx/11/5576-4466), visita domiciliar para alcoólicos (tel. 0/xx/11/5575-1708) e meditação para grávidas (tel. 0/xx/11/ 5571-0761).


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