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Avanços na prevenção e no tratamento
Aparelhos de última
geração
Com o PET/CT,
aliado no diagnóstico do
câncer de pulmão, pode-se
hoje ter uma noção mais
precisa das características e
da localização do nódulo, o
que facilita a retirada cirúrgica do tumor. As máquinas
de mamografia chegam a
detectar tumores com menos de 1 mm.
Cirurgias pouco invasivas
Antigamente, as incisões cirúrgicas mediam
cerca de 20 cm, e os pacientes sofriam com a cicatrizarão e com possíveis infecções. Hoje, segundo o cirurgião Jurandir de Almeida
Dias, do Instituto Nacional
do Câncer (Inca), no Rio de
Janeiro, cirurgias de esôfago, pulmão e intestino, por
exemplo, podem ser feitas
com incisões de 2 cm, graças
ao uso de microcâmeras que
facilitam o acesso ao local. A
colostomia, bolsa para recolhimento de fezes após cirurgia para retirada de intestino, é menos comum. "Conseguimos preservar melhor
o local e os músculos envolvidos no processo", diz.
Enxurrada de pesquisas clínicas
Graças ao
extenso número de estudos,
pode-se tratar cada tipo de
tumor de uma maneira mais
certeira. As pesquisas forneceram informações mais
precisas que já estão sendo
aplicadas com sucesso no
tratamento da doença. Estudo recente do Institute Gustave Roussy, na França, com
1.867 pacientes de 33 países,
mostrou que a quimioterapia administrada após a retirada do câncer de pulmão
pode impedir recidivas.
Índice de cura
O diagnóstico precoce aumenta as
chances de cura, que chegam a 90% no câncer de mama e a 95% no de próstata. A
prevenção do primeiro é feita via auto-exame, indicado
para mulheres a partir de 20
anos. Aos 35 anos, deve-se
começar a fazer as mamografias -a cada dois anos
para quem tem entre 40 e 49
anos e anualmente após os
50. Quem tem histórico do
câncer na família também
deve fazer ultra-sonografia
a partir da primeira menstruação. Para se prevenir
dos tumores da próstata, homens acima de 40 e com histórico da doença na família
devem fazer, todo ano, exame de toque e dosagem do
PSA. A partir dos 50, ambos
os exames devem ser feitos
por todos os homens.
Marcadores tumorais
Assim como acontece com o
câncer de próstata, em que é
feita a dosagem de PSA, proteína cujos níveis elevados
no sangue indicam a presença de tumor, cientistas tentam encontrar outros marcadores para diversos tipos
de câncer. Pesquisadores da
Universidade de Cambridge,
no Reino Unido, tentam desenvolver um teste que encontraria um grupo específico de moléculas presentes
em células de tumores no intestino. No Brasil, pesquisadores do Hospital do Câncer,
em parceria com o instituto
Ludwig, chegaram a um
marcador molecular que
identifica células tumorais
presentes no câncer de estômago -trabalho que estampa a capa da nova edição da revista "Cancer Research".
Melhorias paliativas
Está mais fácil controlar os
efeitos colaterais da quimioterapia, da radioterapia ou
da própria doença. O controle da dor física é possível com
avançados medicamentos
que combinam analgésicos,
antiinflamatórios, opiáceos
e antidepressivos. Há estimuladores de apetite para
os que sofrem de inapetência. Há dez anos, as pessoas
morriam de infecções após a
quimioterapia, hoje é possível proteger o sistema imunológico. Para melhorar a
qualidade de vida do paciente, a acupuntura, a arteterapia, a meditação e musicoterapia se mostram eficientes.
Prevenção no dia-a-dia
Descoberta essencial
para a prevenção: 70% dos
tipos de câncer estão relacionados a hábitos inadequados. Obesidade, sedentarismo, dieta desequilibrada, cigarro e álcool parecem
facilitar a incidência e o desenvolvimento de câncer.
Consumir muita fruta, verdura e grãos reduz em até
50% os tumores de mama. O
cigarro é responsável por
90% dos cânceres de pulmão. Atividade física, além
de fortalecer o sistema imunológico, equilibra os níveis
dos hormônios sexuais, que
servem de combustível para
os tumores de mama e próstata. No caso do câncer de
pele, o principal inimigo é o
sol, por isso o uso do protetor
solar é tão importante.
Proteção à genética
A
medicina reconhece que
10% dos tumores têm origem genética, ou seja, um
gene com alguma lesão é
herdado. Segundo a geneticista Simone Noronha, do
Hospital do Câncer, isso se
dá em casos de câncer de
mama, intestino, tireóide e
rim. Graças à oncogenética,
hoje existe um teste que avalia o risco de a pessoa com
histórico familiar desenvolver o mesmo câncer. De custo alto -entre R$ 8 mil e R$ 9
mil-, o exame é indicado
para casos especiais e não é
infalível. "É preciso que a
pessoa tenha mais de um parente com um ou mais tipos
de câncer desenvolvidos
ainda na juventude", diz a
especialista. E, quando a
predisposição para certos
cânceres de mama é alta, há
drogas para serem prescritas antes mesmo de o tumor
surgir, a fim de impedir o desenvolvimento da doença.
Quimioterapia em domicílio
As drogas quimioterápicas podem ser dadas
em doses fracionadas, o que
ameniza os efeitos colaterais (náusea, diarréia, risco
de infecções), e por via oral, o
que significa poder tomar
em casa.
Radioterapia mais precisa
Usada para tratar 60% dos tipos de câncer,
a radioterapia se utiliza de
radiações ionizantes que danificam o material genético
das células tumorais.
"Atualmente, os aparelhos
são mais precisos e conseguem poupar os tecidos sadios que estão próximos ao
tumor. Com isso, o paciente
sente menos dor", explica
João Victor Salvajoli, diretor
do Departamento de Radioterapia do Hospital do Câncer. Existem drogas que também protegem os tecidos
saudáveis durante a radiação, usadas principalmente
no câncer de esôfago.
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