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Entre cobras e lagartos
Ledo engano achar que apenas os cães podem
ser os melhores amigos do homem. Nos Estados
Unidos e na Europa, é possível encontrar organizações que trabalham com lhamas, golfinhos
e macacos. Por aqui, também há projetos que
usam animais menos domésticos.
A bióloga Lucia da Silva Figueiredo, da ONG
AGE, leva, pelo menos uma vez por mês, crianças e adolescentes com deficiência visual, ex-portadores de câncer e portadores de síndrome
de Down para interagir com lagartos, serpentes,
ratos, jacarés e tartarugas no Criadouro Conservacionista Pró-Répteis, no bairro no Tucuruvi,
na zona norte de São Paulo -espaço coordenado pelo biólogo Fernando Del Nero e legalizado
pelo Ibama em 2001.
A idéia de trazer pessoas com necessidades especiais surgiu em 1998, quando o biólogo passeava pelo zoológico e percebeu que uma mãe
descrevia cada animal a uma criança cega.
"Aquilo me emocionou", diz ele.
Mas o uso de animais diferentes não pára por
aí. O Dr. Escargot, projeto criado pela veterinária Maria de Fátima Martins, procura aproximar crianças e adolescentes do mundo animal
mais excêntrico. Como o próprio nome diz, dessa vez as estrelas são os moluscos. Segundo Fátima, o escargô foi escolhido por ser um bicho de
fácil inclusão, que não oferece perigo às crianças
e de fácil transporte. "E ele ajuda a desmistificar
outras formas de preconceito, já que muitas pessoas sentem nojo do bichinho", explica.
(KK)
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