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Aprenda a degustar
Parece coisa de fanático ou excesso
de frescura. O fato é que, devido à
sutileza de sabor, a degustação de
água não é fácil. Mas existem truques! Tornam a tarefa divertida e
ajudam a entender as sensações
obtidas com as diferentes águas
minerais e o porquê da preferência
por um ou outro tipo.
Artur Azevedo, da Associação
Brasileira dos Sommeliers (ABS),
diz que a degustação de água é feita
basicamente como a de vinho, porém é muito mais sutil. Ele indica
águas em garrafas de vidro para
evitar um eventual gosto deixado
pelo plástico.
A água deve estar em temperatura ambiente (até 25C). Muito gelada, prejudica a percepção dos quatro gostos básicos -doce, azedo
(ou ácido), salgado e amargo. Para
percebê-los, deixe a água um certo
tempo na boca antes de engolir, diz
Rosemeire Alves, química da Sabesp. Isso é necessário porque cada
gosto é sentido em uma parte diferente da língua: na ponta, o doce,
nas laterais da frente, o azedo, nas
laterais do meio da língua, o salgado, e atrás, o amargo.
Para limpar o paladar entre uma
água e outra, coma um pedaço de
bolacha tipo água ou miolo de pão.
Como o gosto é dado pela concentração de sais minerais na água,
ele será definido pelo que estiver
em maior quantidade e atingir um
limiar maior nas sensações gustativas, diz Azevedo. Assim, o sódio
deixa um gosto salgado e ácido.
"Dá uma sensação picante na língua, como a de tomar um sal de
frutas", exemplifica Rosemeire.
O cálcio é o que produz o gosto
mais próximo do doce, diz Caetano
Mautone, químico da Sabesp.
Um certo amargo, uma sensação
adstringente como a de comer um
caqui verde, é provocado pelo
magnésio, diz Rosemeire, que define o gosto dos outros principais
sais encontrados nas águas minerais do mercado, potássio e manganês, como basicamente salgados.
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