São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2000
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Falta de água já atinge metade do planeta, e as previsões são lamentáveis; portanto faça alguma coisa para evitar o pior
Se ninguém economizar, a fonte vai secar!

FLÁVIA DU CHENOY
FREE-LANCER PARA A FOLHA

Já não basta fechar a torneira enquanto escova os dentes nem reduzir o tempo do banho, medidas para economizar água que a maioria conhece de cor.
A escassez de água já atinge, segundo a ONU, mais de 3 bilhões de pessoas -metade da população mundial. E não apenas os países pobres buscam estratégias para driblar a falta de água. Em Paris, por exemplo, medidas radicais, além de pouco higiênicas, estão sendo adotadas durante o racionamento. "As pessoas estão acumulando a urina durante todo o dia para somente no fim do dia dar descarga", conta a engenheira Sônia Maria Nogueira e Silva, do Programa Uso Racional da Água, da Sabesp.
No Brasil, os moradores de São Paulo e Recife estão tendo de improvisar para garantir água na torneira. Os paulistanos estão driblando o racionamento, sem data definida para acabar, como podem. "Evito pintar nesses dias porque uso muita água na hora de lavar os pincéis com tinta a óleo", conta o artista plástico Thomaz Ianelli. Para não ficar sem trabalhar, durante o rodízio ele troca o pincel pelo lápis.
Além de mudanças de hábito, é possível contar com a ajuda de equipamentos hidráulicos feitos para consumir menos água. "Se não ficarmos atentos às nossas atitudes, poderemos comprometer a sobrevivência das gerações futuras", diz Othon Abrahão, coordenador técnico do Idec. As projeções não são nada animadoras. Em 50 anos, a escassez promete aumentar seis vezes.



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