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São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2003
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Sem quintais para correr ou árvores para subir e acostumados a petiscar o dia todo, animais domésticos estão se tornando obesos "Fofura" em excesso faz mal a cães e gatos
KARINA KLINGER FREE-LANCE PARA A FOLHA
Considerada epidêmica entre os homens, a obesidade está começando a se tornar preocupante também no reino animal -pelo menos entre os cães e gatos urbanos de estimação. Segundo relatório com mais de 400 páginas do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, divulgado no mês passado, um quarto dos cães e
gatos do mundo ocidental carregam quilos extras. Estima-se que 40% dos
cães americanos e 20% dos brasileiros estejam com sobrepeso.
A obesidade animal é semelhante à humana em causas, consequências
-eles também correm um risco maior de sofrer de problemas cardíacos e articulares, colesterol alto, diabetes e câncer, por exemplo- e tratamento. A grande diferença é que os cachorros e os bichanos não escolhem seu estilo de vida. Tornam-se sedentários e comem de maneira errada por causa de seus donos.
Como na obesidade humana, os
distúrbios hormonais são exceção
entre os cães e gatos com excesso de
peso -apenas 5% dos casos, diz a veterinária Viviani di Marco. A maioria
é causada por uma alimentação desbalanceada. Ela já atendeu cães com
mais de 10 kg de sobrepeso que consumiam bolos e refrigerantes. Segundo Marco, muitos donos excedem na
alimentação por falta de conhecimento. "Poucos sabem que a ração
atende às necessidades nutricionais
do animal."
Para a veterinária Marcia Jericó,
coordenadora do Obezoo, grupo que
estuda a obesidade em cães na Universidade Santo Amaro (SP), petiscar
é um dos maus hábitos dos animais
obesos. "Um biscoito canino, por
exemplo, pode ter 100 cal, o que corresponde a 1/3 das necessidades diárias de um cão com até 5 kg."
Tanto em cães como em gatos, a
gordura costuma concentrar-se no
pescoço, ao longo das costelas e nas
costas. Eles perdem a cintura e tornam-se roliços. "Visto de cima, o corpo do cão perde o formato de uma
ampulheta, e as costelas desaparecem
no meio da gordura", afirma Jericó.
Um exame clínico geralmente é suficiente para diagnosticar a obesidade. "Usamos uma técnica de apalpação do corpo do animal", explica o
professor Aulus Carciofi, da Unesp
(Universidade Estadual Paulista), em
Jaboticabal.
Tratamento
Existem tabelas de
peso para as várias raças felinas e caninas, mas as variações dentro de
uma mesma raça impedem que se estabeleçam padrões rígidos de consumo calórico. Por isso cada animal
precisa de uma dieta sob medida, que
pode incluir ração light ou especial
para obesos (leia mais ao lado). |
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