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Paciente não compreende a linguagem médica
Esperar pelo médico, especialmente se
ele não justifica o atraso; passar por consultas muito rápidas e não entender a linguagem médica e a letra do médico nas
receitas. Essas são as principais queixas
dos pacientes que participaram da pesquisa feita por Maria Rosana Ferrari Nassar, diretora da Faculdade de Relações
Públicas da PUC de Campinas (SP), para
sua tese de doutorado.
O estudo foi realizado nos sistemas público e privado de saúde de Campinas e
incluiu duas universidades. Nassar entrevistou aproximadamente 50 profissionais, entre diretores de faculdades de medicina e dos principais hospitais da cidade, coordenadores de programas de saúde, responsáveis pelos centros de saúde e
proprietários de clínicas e consultórios.
Ela ouviu também mais de 200 usuários
desses serviços.
A falta de comunicação eficaz entre
médico e paciente é um dos principais
problemas no atendimento, principalmente no setor privado. "Percebi que
muitos embates ocorrem por falta de explicações", diz a pesquisadora. "Falta
material gráfico e audiovisual; a informação amenizaria os conflitos."
Para Nassar, o corre-corre da rotina
médica não é desculpa para as falhas no
atendimento. "O médico tem de ter estrutura, pessoas treinadas para receber os
pacientes. Consultórios de oncologistas,
por exemplo, deveriam ter um psicólogo", afirma.
Em contrapartida, a pesquisadora acredita que o paciente deva criar o hábito de
questionar. "Ele tem de saber que pode
intervir, pode perguntar o porquê de um
exame sem que o médico se sinta afrontado. Se não encontrar receptividade, o
paciente deve procurar outro profissional, e não se submeter a médicos que não
querem discutir os procedimentos adotados", diz Nassar.
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