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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003
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Paciente não compreende a linguagem médica

Esperar pelo médico, especialmente se ele não justifica o atraso; passar por consultas muito rápidas e não entender a linguagem médica e a letra do médico nas receitas. Essas são as principais queixas dos pacientes que participaram da pesquisa feita por Maria Rosana Ferrari Nassar, diretora da Faculdade de Relações Públicas da PUC de Campinas (SP), para sua tese de doutorado.
O estudo foi realizado nos sistemas público e privado de saúde de Campinas e incluiu duas universidades. Nassar entrevistou aproximadamente 50 profissionais, entre diretores de faculdades de medicina e dos principais hospitais da cidade, coordenadores de programas de saúde, responsáveis pelos centros de saúde e proprietários de clínicas e consultórios. Ela ouviu também mais de 200 usuários desses serviços.
A falta de comunicação eficaz entre médico e paciente é um dos principais problemas no atendimento, principalmente no setor privado. "Percebi que muitos embates ocorrem por falta de explicações", diz a pesquisadora. "Falta material gráfico e audiovisual; a informação amenizaria os conflitos."
Para Nassar, o corre-corre da rotina médica não é desculpa para as falhas no atendimento. "O médico tem de ter estrutura, pessoas treinadas para receber os pacientes. Consultórios de oncologistas, por exemplo, deveriam ter um psicólogo", afirma.
Em contrapartida, a pesquisadora acredita que o paciente deva criar o hábito de questionar. "Ele tem de saber que pode intervir, pode perguntar o porquê de um exame sem que o médico se sinta afrontado. Se não encontrar receptividade, o paciente deve procurar outro profissional, e não se submeter a médicos que não querem discutir os procedimentos adotados", diz Nassar.


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