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Vila mariana se inspira na ferveção da 'prima' madá

Ruas badaladas, restaurantes e bares atraem descolados; segurança é elogiada por moradores

ALESSANDRO FIOCCO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Vila Mariana está com tudo e toda prosa. Um desfile à noite pelas ruas Joaquim Távora, Conceição Veloso, Áurea e Tutoia comprova que o bairro, apinhado de gente, é um dos lugares mais descolados atualmente na cidade.

É, como dizem os moradores, a "bola da vez".

Bares, como o Barxaréu e Veloso, e restaurantes (do "clássico" Jabuti ao "novato" Quintal do Bráz) se perfilam e abrem as portas para atrair nativos e forasteiros.

"Para que sair daqui se tenho tudo do lado de casa?", diz a administradora Fernanda Defferrari, 33, nascida e criada na Vila Mariana.

Fã de culinária internacional, ela ressalta o leque da região. "Aqui, além dos bares, tenho restaurante tailandês, mexicano, italiano e até argentino", lista.

Pelo menos 131 estabelecimentos desse porte foram abertos de 2008 para cá, segundo a Junta Comercial de São Paulo. Só neste ano, foram 25. Para efeito de comparação, na "prima" Vila Madalena, foram 15.

A segurança parece ter colaborado para esse boom no distrito. Segundo o Datafolha, 27% dos entrevistados dizem se sentir muito tranquilos para sair à noite. Em 2008, esse índice era de 16%.

"Chego da faculdade à noite, desço do metrô e vou para casa sem medos", conta Joyce Braga, 24, bancária.

Na última terça, ela comemorava o aniversário de uma amiga no bar Genuíno, um dos mais famosos do bairro.

Em São Paulo há dois anos, vinda de Araraquara (SP), Joyce escolheu a Vila Mariana por causa da localização. "Aqui, encontro de tudo. No fim de semana, frequento a noite do bairro", diz.

Para a modelo Samantha Viana, 24, a Vila Mariana tem seus points e, assim como a "Madá", concentra uma galera bacana. Com um detalhe: "Aqui, me sinto mais segura que na Vila Madalena".

A pesquisa Datafolha revela ainda que 5% dos moradores da vila disseram que foram assaltadas nos últimos 12 meses. No ano de 2008, esse índice era o dobro: 10%.

Para quem mora no bairro há muito tempo, a relação entre os vizinhos é um dos grandes segredos da região.

"Conheço até o guardador de carro", diz Ana Carina Perez, 32, que é sócia de três bares, todos ali na redondeza.

"Aqui todo mundo é da família", diz, sorrindo.

Moradora a uma quadra de um dos seus estabelecimentos, o Bar da Vila, Ana conta que sempre volta a pé para casa de madrugada.

"Por morar aqui há 18 anos e conhecer todos, identifico de longe alguém estranho."

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