Santo Amaro é 'território' de gatos

Com a chegada dos "neguinhos" Barney e Bam Bam e da "branquinha" Lilica, adotados há cerca de dois anos, a rotina do apartamento da comerciante Francesca Andreatta, 56, em Santo Amaro, mudou radicalmente.

As três sacadas do imóvel, no 19º andar, ganharam redes de proteção. Três cubos de tecido, onde o trio afia as garras, ficam pelo caminho dos quartos, no corredor. Inseparáveis, os gatinhos saboreiam as refeições do dia na mesma panela de ração.

Mas são os brinquedos espalhados pelo chão da sala que sugerem a presença de verdadeiros brincalhões.

"Eles são meus filhos, conversam e até dormem comigo", diz a dona.

A exemplo do imóvel de Francesca, a zona sul tem mais gatos do que há quatro anos, aponta o Datafolha.

Lá, 53% dos moradores têm animais de estimação; desses, 15% têm bichanos.

Santo Amaro lidera o avanço felino -em 2008, 8% dos entrevistados tinham gatos; hoje são 18%.

A preferência na região, no entanto, é pelos cães -39% dos moradores vivem com cachorros. As minorias são aves, com 7% dos entrevistados, e peixes, 3%. O distrito campeão da bicharada é Marsilac, onde 79% dos entrevistados têm animais em casa.

REAÇÃO CANINA

Ao contrário de Santo Amaro, Moema teve aumento no número de cães. Eram 35% em 2008, agora, 45%. E para eles, não faltam mimos.

De olho no osso branco da fachada da Dog's Ville, creche canina na avenida Indianópolis, a basset hound Dolores se debruça na janela do carro e começa a abanar o rabinho.

Em instantes, estará junto aos outros 60 cachorros que encontra três vezes por semana enquanto a dona está no trabalho. Na creche, passa o dia brincando com os "amiguinhos" no pátio.

"Ela já pensa que a casa dela é lá", diz, rindo, a dona Alessandra Rigottimeccia, 41.

"A maior diversão dos monitores é vê-la na piscina: pesada, orelhuda e com as patinhas curtinhas." Para acalmar os ânimos, a cachorrada encerra o dia com uma sessão de musicoterapia.