São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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BASTIDOR

Ataques terceirizados geram indignação nos assessores de Serra e Marta; da platéia, eles reagiam e trocavam provocações

Marqueteiros acusam "compra" de candidatos

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em vez de críticas diretas, a terceirização de ataques foi o maior incômodo dos assessores e dos marqueteiros dos candidatos à Prefeitura de São Paulo Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB) no debate de ontem na Rede Globo. Tucanos e petistas, da platéia, se acusavam mutuamente de "comprar" apoio de candidatos.
Sentados na primeira fileira como espectadores, o marido de Marta, Luis Favre, o publicitário Duda Mendonça e o secretário de Projetos Especiais da cidade, Valdemir Garreta, atuavam como termômetro do embate.
Favre ficou indignado quando o candidato do PTC a prefeito, Ciro Moura, criticava a prefeitura. "Ele não é só pago pelo Serra, ele é formado pelo Serra", comentou. Minutos depois, o marido de Marta perguntou a Garreta: "Quanto um candidato ganha para fazer isso?". E o secretário respondeu: "Mais de 2 milhões".
O publicitário de Serra, Luiz Gonzalez, por sua vez, não escondia a irritação em relação à participação de Paulo Maluf (PP), que fez críticas ao tucanato. Gonzalez riu quando Maluf questionou se poderia fazer uma pergunta à Marta e respondeu, em voz alta, da platéia: "Não, cara de pau".
Antes, ele havia comentado: "E ainda nega o acordo", em referência ao entendimento firmado entre o PP e o PT para centrar ataques a Serra e poupar Marta.
Do lado dos petistas, Ciro Moura não foi o único alvo de reações revoltadas. Garreta chamou Serra de "mau caráter" por estar, segundo o secretário, misturando números do Instituto Florestan Fernandes ao comentar gastos da Prefeitura de São Paulo.
Em boa parte do programa, a sensação era, por parte dos assessores petistas, de desempenho insatisfatório da prefeita, mas a reação veio, segundo eles, quando Marta atacou Serra, dizendo que ele não tinha projetos para a cidade e copiava ou ampliava os dela. Nesse momento, Duda vibrou: "Isso, ótimo. Foi isso que eu disse". E Favre continuou: "Ele [Serra] foi esmagado".
Duda também reclamou dos cortes feitos enquanto os candidatos ainda falavam, quando o tempo deles acabava. Disse que o corte abrupto era um "desrespeito que nunca havia visto em lugar nenhum no mundo".
Os assessores dos candidatos também manifestaram descontentamento com o tempo que os participantes do debate tiveram de esperar no estúdio antes de o programa começar: 45 minutos.


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