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Confiante no 2º turno, Alckmin diz que PT agora tem medo
SILVIO NAVARRO
EM SÃO PAULO
Na véspera da eleição, o candidato do PSDB à Presidência,
Geraldo Alckmin, afirmou ontem que o PT chegou à reta final da corrida eleitoral "com
medo" e reservou como sua última fala de campanha um provérbio em latim, atribuído ao
romano Júlio César: "Alea jacta
est", cuja tradução é "a sorte está lançada".
O tucano desembarcou na
tarde de ontem em São Paulo,
disse que estava chateado com
o desastre do avião da Gol e, por
isso, decidiu cancelar as últimas agendas de campanha
-duas caminhadas, no Rio de
Janeiro e em Curitiba. Afirmou
que permaneceria em sua casa,
na zona sul da cidade, com a família, até o horário da votação.
Hoje, Alckmin deverá votar
por volta das 10h, acompanhado da mulher, Maria Lúcia
Alckmin, e da filha, Sofia, no colégio Santo Américo. Em seguida, acompanhará o voto de José Serra, candidato ao governo pelo PSDB.
Apesar da postura contida,
Alckmin afirmou que encerrava sua campanha "confiante de
que a população brasileira dará
um recado forte" hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). "Esse desrespeito continuado vai ter uma resposta
amanhã [hoje] nas urnas."
O comando da campanha tucana repassou ao candidato os
últimos dados das pesquisas internas, apontando um resultado final que o colocava no segundo turno. Além disso, os tucanos esperam por um alto índice de abstenção nas regiões
Norte e Nordeste, locais onde o
presidente Lula leva vantagem.
Alckmin classificou como
"ridícula" a notícia de que a
campanha de reeleição do presidente Lula recorreria à Justiça Eleitoral acusando o PSDB
de patrocinar a divulgação das
fotos do dinheiro apreendido
pela Polícia Federal com petistas para a compra de um dossiê
contra tucanos. "É totalmente
ridículo, mas é interessante: o
PT, que já tinha ganho a eleição
no primeiro turno com uma
margem enorme, agora está
com medo?", disse.
Na seqüência, o tucano voltou a levantar suspeita de ingerência do Palácio do Planalto
sob a Polícia Federal no escândalo do dossiê para retardar a
divulgação de informações à espera do primeiro turno.
"A Polícia Federal já deveria
ter mostrado isso [as fotos do
dinheiro] há tempos. Quem está por trás disso? Por que estão
escondendo até a eleição? Só
pelas impressões digitais nas
maletas é possível dizer de onde veio [o dinheiro], é claro
que as pessoas sabem de onde
veio, mas não querem falar",
afirmou.
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