São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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Confiante no 2º turno, Alckmin diz que PT agora tem medo

SILVIO NAVARRO
EM SÃO PAULO

Na véspera da eleição, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que o PT chegou à reta final da corrida eleitoral "com medo" e reservou como sua última fala de campanha um provérbio em latim, atribuído ao romano Júlio César: "Alea jacta est", cuja tradução é "a sorte está lançada".
O tucano desembarcou na tarde de ontem em São Paulo, disse que estava chateado com o desastre do avião da Gol e, por isso, decidiu cancelar as últimas agendas de campanha -duas caminhadas, no Rio de Janeiro e em Curitiba. Afirmou que permaneceria em sua casa, na zona sul da cidade, com a família, até o horário da votação.
Hoje, Alckmin deverá votar por volta das 10h, acompanhado da mulher, Maria Lúcia Alckmin, e da filha, Sofia, no colégio Santo Américo. Em seguida, acompanhará o voto de José Serra, candidato ao governo pelo PSDB.
Apesar da postura contida, Alckmin afirmou que encerrava sua campanha "confiante de que a população brasileira dará um recado forte" hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Esse desrespeito continuado vai ter uma resposta amanhã [hoje] nas urnas."
O comando da campanha tucana repassou ao candidato os últimos dados das pesquisas internas, apontando um resultado final que o colocava no segundo turno. Além disso, os tucanos esperam por um alto índice de abstenção nas regiões Norte e Nordeste, locais onde o presidente Lula leva vantagem.
Alckmin classificou como "ridícula" a notícia de que a campanha de reeleição do presidente Lula recorreria à Justiça Eleitoral acusando o PSDB de patrocinar a divulgação das fotos do dinheiro apreendido pela Polícia Federal com petistas para a compra de um dossiê contra tucanos. "É totalmente ridículo, mas é interessante: o PT, que já tinha ganho a eleição no primeiro turno com uma margem enorme, agora está com medo?", disse.
Na seqüência, o tucano voltou a levantar suspeita de ingerência do Palácio do Planalto sob a Polícia Federal no escândalo do dossiê para retardar a divulgação de informações à espera do primeiro turno.
"A Polícia Federal já deveria ter mostrado isso [as fotos do dinheiro] há tempos. Quem está por trás disso? Por que estão escondendo até a eleição? Só pelas impressões digitais nas maletas é possível dizer de onde veio [o dinheiro], é claro que as pessoas sabem de onde veio, mas não querem falar", afirmou.


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