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SAÚDE
Com prevenção
a partir dos 40,
médicos tentam
adiar doenças
"inevitáveis' e
que deixam
sequelas, como
derrame, para
dar qualidade
de vida ao idoso
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Vida longa e saudável é o
novo desafio da medicina
ANDRÉ LUIZ GHEDINE
da Equipe de Trainees
O desafio atual dos médicos é fazer com que o aumento da
"quantidade de vida" seja traduzido em qualidade de vida. Ou
seja, a pessoa deve ficar velha, mas
continuar fazendo quase todas as
atividades realizadas antes.
Na prática, isso significa tentar
prevenir -ou "adiar"- infartos, Alzheimer e derrames, doenças que deixam sequelas até a véspera da morte.
Se hoje uma pessoa tem um derrame aos 60 anos, ele poderá viver
mais 23 anos, mas com dificuldades de locomoção, de fala, de memória e outras sequelas.
Com a prevenção, esse mesmo
homem viveria bem até os 83
anos, sofreria o derrame e morreria em consequência dele. "A pessoa deve viver ao máximo bem e
logo morrer", diz o geriatra João
Toniolo, 39, diretor-clínico do
Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo).
Mas, segundo os médicos, viver
bem tantos anos significa abrir
mão de certos excessos -quase
sempre muito prazerosos. É preciso controlar gordura, sal, açúcar,
fazer exercício, não fumar, beber
moderadamente e esquecer a
praia ao meio-dia (veja quadro na
página 5).
"Uma velhice bem-sucedida é
fruto de uma vida bem-sucedida",
diz Luiz Eugênio Garcez Leme, 46,
assistente-doutor de geriatria da
Faculdade de Medicina da USP.
Todos vão envelhecer, a diferença está no modo como cada um vai
chegar à terceira idade. O envelhecimento com saúde é chamado de
"senescência", já a velhice com
doença é "senilidade".
"Não adianta a medicina atuar
depois dos 65 anos, porque ela vai
estar apenas minimizando coisas
que já aconteceram", diz Toniolo.
O geriatra e gerontólogo Norton
Sayeg, 48, diz que uma maneira
eficaz de evitar os problemas da
velhice e cortar a ingestão de calorias em, pelo menos, 20%.
Sayeg também recomenda revisões médicas periódicas. A época
ideal para procurar um geriatra é a
partir dos 40 anos, idade em que as
condições orgânicas começam a se
alterar.
Os problemas mais comuns entre os idosos são os cardiocirculatórios (coração), osteoarticulares
(artrose), neurológicos (derrame)
e o câncer (próstata e mama)
-males que não têm cura, mas
podem ser evitados ou tratados, se
diagnosticados cedo.
Uma pesquisa feita com centenários na Inglaterra mostrou que
alguém que tem uma velhice saudável e consegue ultrapassar a barreira dos 80 anos pode ter menos
problemas do que um de 70 anos.
Todos os 79 centenários (pessoas com mais de 100 anos) pesquisados viviam desde os 90 anos
tomando apenas um medicamento.
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