AS MEGACIDADES vão mudar de endereço no próximo milênio. Em 2015, 4 das 5 maiores aglomerações urbanas do planeta estarão em países do Terceiro Mundo. As metrópoles desenvolvidas, superadas em população por centros como Lagos (Nigéria) e Dacca (Bangladesh), manterão seu poderio econômico por meio de uma rede de cidades globais, onde se concentram as sedes das multinacionais e grande parte do dinheiro que gira pelo mundo. A urbanização acelerada dos países pobres fará com que a população das cidades supere a do campo pela primeira vez na história por volta de 2006.
Na periferia da globalização, as metrópoles subdesenvolvidas concentrarão não apenas população, mas também miséria. Crescendo num ritmo veloz, dificilmente conseguirão administrar as necessidades básicas de tanta gente, multiplicando as carências de habitação, transportes e saneamento básico. Mas não serão as únicas a enfrentar esses dilemas. Mesmo metrópoles do topo da hierarquia da rede global, como Nova York, já sofrem com congestionamentos, poluição e violência.
Independentemente do tamanho ou da localização, as cidades vão enfrentar ao menos um desafio comum: o aumento da desiguldade de renda entre seus moradores. Não há mágica tecnológica à vista capaz de resolver as dificuldades. Os urbanistas são unânimes em apontar o planejamento como o único antídoto para o caos. Os governos precisariam apostar em parcerias com a iniciativa privada e a sociedade civil para desenvolver ações localizadas e entre cidades de uma mesma região para melhorar a vida de quem habita as metrópoles.
No Brasil, a urbanização tomou novo rumo nos anos 90. Estudo inédito mostra que há uma interiorização do crescimento: as cidades médias têm crescido mais rapidamente do que as grandes metrópoles.


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