DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso votou em Geraldo Alckmin apostando que Lula não conquistará um segundo mandato. Se o petista for reeleito, "será um governo com muitas dificuldades, porque o presidente Lula manteve alguma popularidade, mas perdeu o respeito. E não se pode governar sem respeito".
FHC citou, como exemplos, "a desmoralização das instituições democráticas, a utilização de forças ligadas ao governo ou ao partido que governa, para fazer espionagem, fazer dossiê".
O ex-presidente disse que se "decepcionou muito" com Lula "pela falta de capacidade e de integridade pessoal". FHC chegou a pé, às 10h30, ao Colégio Nossa Senhora do Sion, no bairro de Higienópolis (região central de São Paulo), acompanhado de dois assessores. Em 2004, ele foi ovacionado em "caminhada" com tucanos.
Mais tarde, ao acompanhar Serra votar no Colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros (zona oeste), com Alckmin, FHC voltou a bater em Lula. "Para manter a democracia, [o povo] deveria votar nos candidatos que têm um passado de respeito à sociedade." E emendou: "O povo cansou de um presidente que não sabe se é a favor dos banqueiros ou dos pobres".
Sobre um eventual pacto de governabilidade, disse que "o PSDB nunca faltou ao presidente [Lula], quando ele foi sério. O PSDB não acompanhou o presidente quando o partido dele fez o mensalão. Aí não dá".
"O PMDB que está ganhando [nos Estados] é o do Geraldo, não é o do Lula", afirmou.
FHC também foi questionado se trabalhou o suficiente pela candidatura de Alckmin. "O tempo todo ajudei nas articulações." Sobre o futuro, disse: "O PSDB vai sair revigorado, mas tem que assumir uma posição mais clara diante do país. Tem que ter uma ligação mais forte com a sociedade".


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