|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRESIDÊNCIA / ESTRATÉGIA PARA O 2º TURNO
Heloísa afirma que não irá apoiar nem Lula nem Alckmin
Candidata do PSOL fala que resultado é "vitória do banditismo", mas evita defender voto nulo; presidente é maior alvo de críticas
Senadora compara Lula com Fernando Collor, eleito para ocupar sua vaga no Senado, e diz haver "protesto do povo de Alagoas" em voto
FERNANDA KRAKOVICS
ENVIADA ESPECIAL A MACEIÓ
Candidata à presidência pelo
PSOL, a senadora Heloísa Helena (AL) disse ontem à noite
que seu partido não apoiará no
segundo turno nem Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) nem Geraldo
Alckmin (PSDB).
"Seria rasgar 12 anos de história e confronto político com o
projeto neoliberal do PSDB e
contra a gangue partidária que
virou o governo Lula. Nossos
eleitores são homens e mulheres livres. Não precisam da nossa indicação para escolher em
quem votar", disse a senadora.
Expulsa do PT em 2003, Heloísa Helena disse que foi a vitória do "banditismo político,
da roubalheira, da corrupção,
de tudo isso que aconteceu no
Brasil e é muito triste."
A principal estratégia de
campanha da senadora foi tentar mostrar que a disputa entre
Alckmin e Lula seria uma falsa
polarização, já que eles teriam o
mesmo projeto político. A expectativa de militantes do
PSOL era que ela não apoiasse
ninguém em um segundo turno. Indagada se considera o voto nulo uma "posição definida",
a senadora não quis responder.
"Meu voto é nulo", disse o
candidato do PSOL ao Senado
por Alagoas, Otávio Cabral, ao
falar do segundo turno. É a
mesma posição do tesoureiro
do partido, Mário Agra, candidato a deputado estadual por
Alagoas: "a democracia é assim.
Se aceita o resultado das urnas
mesmo quando é baseado na
falta de acesso à informação, na
utilização do dinheiro público
roubado para comprar lideranças políticas, na utilização do
velho balcão de negócios sujos
onde se troca cargos, emendas
[ao Orçamento] e poder."
Lula e Collor
Heloísa chegou às 7h30 em
sua seção eleitoral, dirigindo o
próprio carro. Como não queria
furar a fila, colocou a prima Lúcia de Fátima guardando um
lugar para ela, por cerca de uma
hora, enquanto tomava café na
casa de uma amiga em frente.
Após votar, a senadora se isolou em Palmeira dos Índios, cidade onde passou sua adolescência e onde mora seu irmão.
No caminho ela parou em casas
de parentes e amigos e cumprimentou pessoas nas ruas.
Heloísa disse que o governo
Lula contribuiu para o atraso
do país ao apoiar velhas oligarquias. "Sempre foram privilegiadas pelo governo Fernando
Henrique e pelo governo Lula.
É fácil sobreviver tendo a máquina do governo federal. É
muito mais fácil culpar o povo
do que reconhecer que o governo federal alimentou a sobrevivência dessas oligarquias", disse a candidata do PSOL.
Ela nivelou Lula com o ex-presidente Fernando Collor de
Mello, eleito para o Senado na
vaga deixada por ela. "Talvez o
povo de Alagoas tenha feito um
protesto porque Lula roubou
tanto ou mais do que ele e permaneceu no Palácio do Planalto", disse ela.
Texto Anterior: Campanha na TV vai apostar na comparação com presidente Próximo Texto: Escândalo do dossiê seguirá sangrando Lula, diz analista Índice
|