O pefelista José Mendonça Filho enfrenta Eduardo Campos, que é apoiado pelo petista derrotado Humberto Costa

Eleição terá como pivôs dois "padrinhos" políticos: o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), pró Mendonça, e o presidente Lula, por Campos

MAURÍCIO SIMIONATO
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O governador José Mendonça Filho (PFL) e o ex-ministro Eduardo Campos (PSB) disputarão o segundo turno das eleições em Pernambuco.
Segundo a apuração oficial divulgada às 01h03 de hoje, com 99,95% das urnas apuradas, o pefelista aparecia em primeiro lugar, com 39,32% dos votos válidos, seguido do socialista, com 33,81%.
O também ex-ministro Humberto Costa (PT) estava em terceiro, com 25,14%.
A ida ao segundo turno de Mendonça Filho já era esperada por seus próprios adversários. Não havia favorito para ficar com a outra vaga.
Até o dia 21 de setembro, o Ibope apontava empate entre as duas candidaturas de oposição. Campos, que é neto do ex-governador do Estado Miguel Arraes (1916-2005), só conseguiu abrir vantagem sobre Humberto Costa na última semana de campanha.
Ontem, ainda durante o horário de votação, os ex-ministros reafirmaram que estarão juntos no segundo turno.
"O futuro de Pernambuco nos chama para ampla unidade de nossas forças, capaz de vencer as eleições e fazer um governo que se lembre do povo", disse Campos, abrindo as portas para a participação do PT em seu eventual governo.

"Padrinhos"
A disputa no segundo turno terá como pivôs os dois "padrinhos" políticos pernambucanos que ostentam os maiores índices de popularidade no Estado: o ex-governador e senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Jarbas, que apóia Mendonça Filho, minimizou ontem a importância de Lula na eleição estadual. "Lula tem peso, é presidente da República e tem respaldo no Nordeste, mas não a ponto de influenciar uma eleição num Estado como Pernambuco", disse.
"Sempre é difícil em Pernambuco nacionalizar a eleição. Se isso fosse verdade, Humberto Costa era quem iria ao segundo turno", declarou.
Lula não declarou apoio a nenhum candidato no Estado, para evitar um atrito entre seus ex-ministros. Mesmo assim, eles usaram o nome e a imagem do presidente na campanha.
No segundo turno, Lula promete apoiar Campos. "O apoio será importante para nossa candidatura e para nosso governo", disse o socialista.
Já o governador, que sempre recebeu o apoio de Jarbas, vai reforçar a parceria. "A gente já começa nesta noite [ontem] a definir as ações das próximas três semanas", disse Jarbas.
Mendonça Filho afirma que não teme a união dos dois principais adversários e a participação de Lula.
"Se eu enfrentei oito adversários no primeiro turno, eu enfrento um com total tranqüilidade", afirmou.
Os dois candidatos de oposição devem se reunir hoje para definir estratégias ao segundo turno -como reduzir os efeitos dos ataques feitos no primeiro turno por governistas.
Costa foi indiciado pela Polícia Federal, acusado de envolvimento na máfia dos vampiros. "Fui agredido e permanentemente atacado", declarou. "Naturalmente isso produziu algum tipo de prejuízo."
Já Eduardo Campos foi atingido indiretamente pelo "escândalo da sacolinha", como ficou conhecida a denúncia de negociação de propina envolvendo Milton Coelho, presidente do PSB pernambucano e candidato a deputado estadual.


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