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MATO GROSSO DO SUL
Ex-prefeito de Campo Grande é eleito com 61% dos votos
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
André Puccinelli (PMDB),
58, ex-prefeito de Campo Grande, derrotou o senador Delcídio
Amaral (PT), 51, e se elegeu governador de Mato Grosso do
Sul. Puccinelli obteve 61,34%
dos votos válidos (726.806 votos). Delcídio ficou com 38,04%
(450.747). A disputa nas urnas
foi polarizada entre os dois.
A vitória do peemedebista
põe fim a oito anos de administração do PT em Mato Grosso
do Sul. O governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca
do PT, foi reeleito em 2002 e
não disputou nenhum cargo
nas eleições deste ano.
Após a divulgação do resultado, Puccinelli disse que seu
maior desafio será conseguir
com o governo federal a negociação da dívida de R$ 7 bilhões.
Segundo o governador eleito,
"esse valor é impagável". Puccinelli disse ainda que fará auditoria nas contas de Zeca, mas
não será "uma caça às bruxas".
Na vaga para o Senado, a vice-prefeita de Campo Grande,
Marisa Serrano (PSDB), foi
eleita com 53,20% dos votos válidos (607.584). Novamente o
PT foi derrotado.
O vice-governador petista
Egon Krakhecke, candidato a
senador, teve mais votos
(456.363) do que Delcídio, mas
ficou com 39,96%.
Puccinelli concentrou sua
campanha na propaganda das
obras realizadas em Campo
Grande, quando ele foi prefeito,
de 1997 a 2004. Já Delcídio seguiu a agenda de inauguração
de obras do governador Zeca.
O senador ia às cidades onde
havia inaugurações, fazia campanha, mas não participava dos
eventos com Zeca evitando ferir a legislação eleitoral.
Ontem, antes de sair o resultado da votação, Delcídio reclamou que recebeu "um tratamento desigual" do Tribunal
Regional Eleitoral. "A Justiça
Eleitoral proibiu carreata. Tive
que fazer carreata em carro fechado. Nunca vi isso. Você marca para fazer caminhada e proíbem também", disse o senador.
"Só as nossas reuniões tiveram problema em Campo
Grande. As dos outros só faltaram ser transformadas em boates. Tinha telão, música, todo
mundo discursou, tinha jantar,
tinha tudo", afirmou Delcídio.
"Fiz uma representação para
o TSE. Falei com Marco Aurélio Mello [presidente do TSE]",
disse o senador.
O petista disse ainda ter reclamado com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) da
atuação da Polícia Federal.
O presidente do TRE de Mato Grosso do Sul, João Carlos
Brandes Garcia, negou que tenha havido perseguição. Derrotado, o senador não compareceu ao TRE no fim da votação.
"De nossa parte, podemos afirmar com segurança que de maneira alguma houve tratamento desigual", disse Garcia.
A PF informou que, em Campo Grande, houve 21 prisões
por consumo de álcool, boca-de-urna, desacato e tentativa
de compra de votos.
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