São Paulo, sexta, 2 de outubro de 1998 |
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Você lava um copo e, ao terminar a tarefa, dando o trabalho por acabado, o coloca de lado. Quantas vezes pequenas ações como essa são repetidas sem que nada sobre delas? Anna Maria Maiolino responde a pergunta com 3.000 kg de argila úmida na instalação "São Estes", transformando gestos básicos, mas essenciais, do trabalho em matéria artística. São formas muito simples (rolos que lembram cobras, bolinhas...) e que nunca buscam simbologias. O gesto da artista está ali, apesar de não reivindicar sua autoria, assustadoramente transformado em mil gestos, em um milhão de gestos, memória e testemunho do trabalho coletivo. "A ação está visualmente presente. É impossível você olhar para isso tudo e não pensar no trabalho que antecedeu a obra", explica a artista. Como são formas básicas, não-utilitárias e eternamente inacabadas (espécie de primeira etapa do que um dia será algo definido), testemunham também a energia gasta (e perdida). "Tudo que a mão realiza no dia-a-dia tende a desaparecer sem nos darmos conta." Visite o site oficial da XXIV Bienal de São Paulo Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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