São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003 |
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1953 PETROBRAS 2003 TENTA SE EQUILIBRAR ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO
A Petrobras completa hoje 50 anos no ápice de seu vigor financeiro e envolta no mesmo debate entre "liberais" e "nacionalistas" que marcou sua criação, em 1953, sob o lema "O Petróleo é Nosso". Desde 1997, quando o monopólio da empresa foi quebrado, seu poderio não foi sequer arranhado pela concorrência. O lucro da Petrobras saltou dos US$ 500 milhões para US$ 2,7 bilhões. Deverá fechar este ano com ganho inédito de US$ 5 bilhões. Na prática, a companhia trocou o monopólio legal pelo monopólio de fato. Líder em tecnologia de produção em plataformas marítimas, a Petrobras detém hoje 98% da produção, refino, importação e transporte de petróleo e fornece 88% do produto consumido no Brasil. É a 15ª maior empresa petrolífera do mundo. À solidez dos números se contrapõem críticas recentes e contradições estruturais. A empresa equilibra-se com dificuldade entre a busca do lucro e sua função social. O governo detém 55,7% do capital votante da companhia, controla sua gestão e nomeia diretores. Por outro lado, há mais de 450 mil investidores privados que exigem um comando unicamente empresarial, que vise o lucro. Na campanha eleitoral, Lula propôs reforçar o papel da empresa como agente do desenvolvimento nacional. Concretizou tal visão na imposição de conteúdo nacional mínimo às encomendas da estatal, feita para gerar empregos. Acionistas criticaram a medida, responsabilizando-a pelo encarecimento das licitações. Acidentes como o afundamento da plataforma P-36 e vazamentos ainda mancham a imagem da empresa, que já chegou a ser a maior poluidora do país. Próximo Texto: Influência: Desde Vargas, Petrobras atua como instrumento de política econômica Índice |