São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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ELEIÇÕES 2004 / SÃO PAULO

Nos EUA, FHC não participará ativamente da campanha tucana

PSDB diz que preservará tática de não reagir a ataque


Gestão Marta será alvo de Serra no 2º turno

CATIA SEABRA
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passará praticamente todo o mês de outubro nos Estados Unidos. Segundo tucanos, FHC deverá viajar na terça-feira, voltando ao Brasil às vésperas do segundo turno. A viagem é um dos sinais de que o comando de campanha de Serra não quer embarcar na federalização da eleição no segundo turno.
Para o coordenador-geral da campanha de Serra, José Henrique Lobo, a exposição de FHC "só serviria para fomentar um debate em torno de questões que não estão na pauta da eleição".
E o comando da campanha do PSDB, diz, não quer "estabelecer uma comparação que não interessa ao partido". Mas centrar a discussão no município.
Segundo o deputado Alberto Goldman, o PSDB quer lançar luz sobre "as fragilidades da administração e da administradora Marta Suplicy (PT)" no segundo turno.
O grau do ataque dependerá, no entanto, do quadro saído hoje das urnas, do resultado da primeira pesquisa no segundo turno e, principalmente, da estratégia adotada pelo adversário.
Um dos coordenadores da campanha de Serra, o deputado Aloysio Nunes Ferreira resume o estilo do programa como uma "conjugação de críticas com proposta". A disposição, diz, é evitar que o PT nacionalize a campanha, tirando o foco dos problemas municipais. Segundo Aloysio, a tentativa do PT é "poupar a gestão de Marta". "Mas, como todo o problema é a gestão dessa senhora, o povo terá que decidir se quer mais quatro anos ou não. E isso eles querem escamotear", diz Aloysio.
Amanhã, o comando da campanha de Serra se reunirá para traçar a estratégia para o segundo turno, depois da análise do mapa de votação na cidade. Entre os tucanos, a aposta é que, sem os ataques de Paulo Maluf (PP) ou Luiza Erundina (PSB), seja possível o confronto direto com Marta.
Para Goldman, o "eleitor tem que saber exatamente quem é Marta e quem é Serra, do ponto de vista da capacidade administrativa e da personalidade". Segundo Goldman, esse contraponto fica mais fácil sem Maluf como "o braço das operações planejadas pelo PT".
"No mano a mano, ela [Marta] vai ter que responder sobre a ineficiência da prefeitura. Cabe a nós mostrar a fragilidade da administração e da administradora. O eleitor precisa saber exatamente quem é Marta e quem é ele [Serra], do ponto de vista da capacidade administrativa e da personalidade", disse Goldman.
Lobo afirma que, dada a violência das últimas duas semanas, o PT deverá manter o mesmo padrão de campanha no segundo turno. Mas a expectativa de um outro coordenador é que diminua a temperatura da disputa. Sua avaliação é que o PT não correria o risco de assumir a paternidade de ataques como o do suposto calote recebido por um deficiente físico na campanha presidencial de 2002 -acusação veiculada no programa do candidato Paulo Maluf (PP) e em outdoors e panfletos apócrifos.
Segundo esse tucano, o PT tomará mais cuidado porque "não há mais línguas de aluguel".
No PSDB, o discurso se repete: em time que está ganhando não se mexe. Por isso, o partido vai preservar, num primeiro momento, a atual estratégia, não radicalizar nem reagir a qualquer tipo de ataque.


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