São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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SANTOS

Telma de Souza (PT), 46%, deve ir ao 2º turno com Papa (PMDB), 26%

Petistas tentam retomar poder após 8 anos

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Oito anos depois de ser desalojado do poder em Santos pelo atual prefeito, Beto Mansur (PP), o PT tenta hoje retomar a administração da maior das nove cidades da Baixada Santista.
Antes dos oito anos da gestão Mansur, o PT administrou a cidade por dois mandatos consecutivos: com Telma de Souza (1989-1992) e com seu sucessor, David Capistrano Filho (1993-1996), que morreu em novembro de 2000.
Porém brigas internas no partido fizeram que a mesma Telma fosse derrotada na tentativa de voltar ao poder. E hoje, caso as urnas confirmem os resultados das mais recentes pesquisas eleitorais realizadas na cidade, que fica a 85 km a sudeste de SP, o eleitorado santista deve se deparar com um cenário político já conhecido.
Nas duas últimas eleições, apesar de não ter vencido, a deputada federal Telma de Souza (PT) foi ao segundo turno com o atual prefeito, Beto Mansur (PP).
Os índices apontam agora que o segundo turno pode ser realizado entre a candidata Telma e João Paulo Tavares Papa (PMDB), atual vice-prefeito e candidato do governo Mansur.
Na mais recente pesquisa Ibope (realizada nos dias 27 e 29 de setembro), Telma aparece com 46% dos votos válidos. Papa tem 26% da preferência do eleitorado e é seguido por Vicente Cascione (PTB), com 13%, e Raul Christiano (PSDB), com 9%.
Assuntos de interesse nacional, como a regionalização do porto, geração de emprego, aeroporto civil metropolitano, turismo, saúde e educação, permearam a campanha eleitoral. Os candidatos também usaram entre si críticas diretas e indiretas, exceto Telma, que manteve uma atitude semelhante à utilizada por Lula na campanha que o elegeu presidente da República. "Também fui provocada, mas não respondi."

Ânimos alterados
Neste domingo, a expectativa é de uma votação tranqüila, apesar de os ânimos terem se alterado na semana que passou. Durante debate na TV, Cascione acusou o Estado, administrado pelo PSDB de Raul, de não ter dado atenção adequada à educação infantil.
O candidato tucano respondeu afirmando que Cascione "não entendia nada de educação", apesar de ser professor. Em outra oportunidade, Raul perguntou a Papa se ele considerava o prefeito Beto Mansur (PP) e lideranças nacionais de partidos que apóiam sua candidatura, como Antonio Carlos Magalhães (PFL), Paulo Maluf (PP) e Enéas Carneiro (Prona), "exemplos de ética". Papa respondeu chamando o adversário de "antiético".
O calor da disputa chegou às vias de fato, com agressões físicas registradas em distrito policial. A briga envolveu chutes, pontapés e bandeiradas entre cabos eleitorais petistas e peemedebistas.


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