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análise
Para analistas, radicalização é só eleitoral
DA REPORTAGEM LOCAL
O cenário acirrado de
disputa e a radicalização
dos discursos entre PT e
PSDB, que deve marcar o
segundo turno, não significarão grandes crises sociais e políticas uma vez
eleito o novo presidente
do Brasil, dizem analistas.
Para dois dos três cientistas políticos ouvidos, se
as eleições levaram ao endurecimento do discurso,
um segundo turno ajuda a
"acalmar" a sociedade e as
relações políticas quando
o presidente for eleito.
O professor de ciência
política da FGV-SP Fernando Abrúcio avalia que
o "nível de tensão" entre
as duas candidaturas é
maior agora do que em
eleições passadas. Para
ele, a oposição radicalizou
o discurso contra Lula ao
se ver perplexa com a pouca eficácia dos escândalos
para tirar votos do petista.
Quem se vê perplexo
agora, e sobe o tom, diz ele,
é o PT, após deixar escapar
vitória considerada certa.
Ele não crê, porém, em crise política pós-eleição porque o segundo turno tornará o presidente eleito
relativamente fraco, obrigando-o a dialogar com
membros da oposição.
O diagnóstico é semelhante ao do cientista político Rogério Schmitt, da
consultoria Tendências.
Para ele, o segundo turno
ajuda a acalmar os ânimos.
E a oposição não poderá
dizer que não houve resposta a casos de corrupção
envolvendo o PT. "Se
Alckmin ganhar, Lula não
poderá continuar dizendo
que é representante do povo, e Alckmin, das elites."
Para Leôncio Martins
Rodrigues, não deve ocorrer acirramento maior de
grupos sociais após a eleição. "Não creio que [derrota de Lula] seja suficiente
para levar ao acirramento
de uma suposta luta de
classes no país."
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