São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Vértice, o melhor de SP, tem prova semanal

No colégio, cuja mensalidade varia de R$ 1.074 a R$ 2.306, avaliação inclui pontualidade e relações interpessoais

Oferta de disciplinas varia conforme o desempenho dos alunos, que assistem a 12 horas de aula por dia ao longo do terceiro ano

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os canteiros de flores com rosas, bambus e pimentas-malaguetas dão a impressão de que se trata de uma mansão nos Jardins ou no Morumbi. Apontada no Enem como melhor escola particular não só da capital, mas do Estado de São Paulo, o colégio Vértice, no Campo Belo (zona sul), é um labirinto de casas e sobrados.
O resultado, dizem alunos, professores, pais e diretores, é reflexo do acompanhamento personalizado, voltado mais para o lado humano e menos "conteudista" do que os tradicionais colégios paulistanos.
Para o terceiro ano do ensino médio, a atenção é em período integral, das 7h15 às 19h. Nas séries anteriores, as aulas são pela manhã e, em alguns dias da semana, à tarde.
As classes, com média de 30 alunos, são largas, mais compridas do que profundas, com apenas três fileiras. Não há espaço para a "turma do fundão". Também não há lugar fixo. Um rodízio é promovido periodicamente para mudar a posição dos estudantes, que acompanham as aulas sempre em pares e estão à distância de poucos palmos dos professores.
E as inovações do Vértice não param por aí. O número de horas/aula de cada disciplina varia conforme o rendimento dos alunos. Se boa parte vai mal em química no bimestre, haverá mais aulas da matéria nos meses seguintes.

Verificação
O bom resultado dos alunos, segundo os professores, decorre das avaliações semanais, chamadas de "verificação de aprendizagem". E o estudo dos assuntos que são apresentados em aula é feito no mesmo dia, com exercícios e aulas práticas.
"Isso é muito bom porque, se vou mal, vou logo atrás. Aprendi a gostar de estudar", diz Lara Reis, 16, aluna do terceiro ano que quer prestar vestibular para engenharia e arquitetura.
A recuperação dos alunos que se saíram mal nas provas é feita logo após o bimestre, de modo a não permitir pendências. Outra inovação é o sistema de avaliação, quantitativa (pelas notas em prova) e qualitativa (por bom comportamento, pontualidade, relações interpessoais e cumprimento de tarefas, por exemplo).
Além disso, aulas de "educação para a vida em família" abordam temas como violência, drogas, álcool, relação com os pais, auto-estima e sexualidade: ficar, namorar, a perda da virgindade e a primeira transa.
"O projeto da escola já era voltado às competências do Enem, como compreensão de linguagem, antes mesmo de ele existir", diz Adílson Garcia, diretor e professor de biologia.
Mas o sucesso tem custo alto: de R$ 1.074 a R$ 2.306 ao mês. Mesmo com o preço salgado da mensalidade, quem está dentro não sai e quem está fora quer entrar. Para as cinco vagas da 4ª série no início deste ano havia lista de espera de 50 candidatos. Não há vestibulinho na seleção dos interessados. Famílias são convidadas a conhecer o regime da escola, e alunos passam um dia de experiência antes de serem admitidos.

Vestibular
No ano passado, 60% dos estudantes que prestaram vestibular da Fuvest passaram para a segunda fase, sem cursinho. Desses, metade foi aprovada.
Os alunos participam de aulas optativas que oferecem de cursos de artes, culinária, música e filosofia a debates sobre temas da atualidade.
"Já chego em casa sabendo a matéria. Não existe isso de estudar para prova. Fazemos exercícios no mesmo dia da aula", diz Rafael Gollo, 17, aluno do Vértice desde o ensino fundamental e candidato ao vestibular de veterinária.


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