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Vértice, o melhor de SP, tem prova semanal
No colégio, cuja mensalidade varia de R$ 1.074 a R$ 2.306, avaliação inclui pontualidade e relações interpessoais
Oferta de disciplinas varia conforme o desempenho
dos alunos, que assistem a 12 horas de aula por dia
ao longo do terceiro ano
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os canteiros de flores com
rosas, bambus e pimentas-malaguetas dão a impressão de
que se trata de uma mansão nos
Jardins ou no Morumbi. Apontada no Enem como melhor escola particular não só da capital, mas do Estado de São Paulo,
o colégio Vértice, no Campo
Belo (zona sul), é um labirinto
de casas e sobrados.
O resultado, dizem alunos,
professores, pais e diretores, é
reflexo do acompanhamento
personalizado, voltado mais
para o lado humano e menos
"conteudista" do que os tradicionais colégios paulistanos.
Para o terceiro ano do ensino
médio, a atenção é em período
integral, das 7h15 às 19h. Nas
séries anteriores, as aulas são
pela manhã e, em alguns dias da
semana, à tarde.
As classes, com média de 30
alunos, são largas, mais compridas do que profundas, com
apenas três fileiras. Não há espaço para a "turma do fundão".
Também não há lugar fixo. Um
rodízio é promovido periodicamente para mudar a posição
dos estudantes, que acompanham as aulas sempre em pares
e estão à distância de poucos
palmos dos professores.
E as inovações do Vértice não
param por aí. O número de horas/aula de cada disciplina varia conforme o rendimento dos
alunos. Se boa parte vai mal em
química no bimestre, haverá
mais aulas da matéria nos meses seguintes.
Verificação
O bom resultado dos alunos,
segundo os professores, decorre das avaliações semanais,
chamadas de "verificação de
aprendizagem". E o estudo dos
assuntos que são apresentados
em aula é feito no mesmo dia,
com exercícios e aulas práticas.
"Isso é muito bom porque, se
vou mal, vou logo atrás. Aprendi a gostar de estudar", diz Lara
Reis, 16, aluna do terceiro ano
que quer prestar vestibular para engenharia e arquitetura.
A recuperação dos alunos
que se saíram mal nas provas é
feita logo após o bimestre, de
modo a não permitir pendências. Outra inovação é o sistema
de avaliação, quantitativa (pelas notas em prova) e qualitativa (por bom comportamento,
pontualidade, relações interpessoais e cumprimento de tarefas, por exemplo).
Além disso, aulas de "educação para a vida em família"
abordam temas como violência, drogas, álcool, relação com
os pais, auto-estima e sexualidade: ficar, namorar, a perda da
virgindade e a primeira transa.
"O projeto da escola já era
voltado às competências do
Enem, como compreensão de
linguagem, antes mesmo de ele
existir", diz Adílson Garcia, diretor e professor de biologia.
Mas o sucesso tem custo alto:
de R$ 1.074 a R$ 2.306 ao mês.
Mesmo com o preço salgado da
mensalidade, quem está dentro
não sai e quem está fora quer
entrar. Para as cinco vagas da
4ª série no início deste ano havia lista de espera de 50 candidatos. Não há vestibulinho na
seleção dos interessados. Famílias são convidadas a conhecer o regime da escola, e alunos
passam um dia de experiência
antes de serem admitidos.
Vestibular
No ano passado, 60% dos estudantes que prestaram vestibular da Fuvest passaram para
a segunda fase, sem cursinho.
Desses, metade foi aprovada.
Os alunos participam de aulas optativas que oferecem de
cursos de artes, culinária, música e filosofia a debates sobre temas da atualidade.
"Já chego em casa sabendo a
matéria. Não existe isso de estudar para prova. Fazemos
exercícios no mesmo dia da aula", diz Rafael Gollo, 17, aluno
do Vértice desde o ensino fundamental e candidato ao vestibular de veterinária.
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