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Vereadores críticos da gestão Marta não conseguem reeleição
DA REPORTAGEM LOCAL
O resultado da eleição para a Câmara Municipal de
São Paulo, que deixou de fora conhecidos vereadores da
bancada "Vila Madalena",
abriu feridas e ressentimentos dentro do PT.
Perderam a vaga no Legislativo justamente os que tinham uma visão mais crítica
da administração da prefeita
Marta Suplicy (PT), como
Carlos Neder, Nabil Bonduki e Tita Dias. Dos sete petistas que não se alinhavam automaticamente, seis estão
fora. Só Carlos Giannazi
(PT), ligado à educação,
continua na Câmara.
O ressentimento justifica-se, segundo parlamentares
ou assessores, por decisões
adotadas pela cúpula do PT
em prejuízo dos candidatos
mais identificados com o
bairro paulistano, tradicional reduto de intelectuais.
A primeira decisão considerada equivocada foi a
aliança com o PTB. De olho
num tempo maior de TV, o
PT acabou sacrificando sua
bancada, que passou de 18
para 13 vereadores para a
próxima legislatura. Beneficiado pela coligação, o PTB
passou de 4 para 7 cadeiras.
"Isso prejudicou muito os
candidatos em geral. Os vereadores não tiveram acesso
à TV e perderam vaga para
outro partido. Ou seja, só ficamos com o ônus dessa
aliança", disse Bonduki, que
obteve cerca de 20 mil votos.
O mais prejudicado com a
aliança com o PTB, no entanto, foi Neder, que ficou na
fronteira para chegar à Câmara Municipal.
Uma das principais revoltas dos candidatos com o PT
foi a forma de distribuição
de recursos e de material durante a campanha.
Definida pela cúpula petista, houve uma concentração
maior de recursos para os
candidatos petistas mais ligados a Marta e para bairros
mais periféricos.
Na polarização PT versus
PSDB, Neder, Tita, Bonduki
e companhia tiveram ainda
de enfrentar uma avalanche
de votos para os tucanos
-em especial para o candidato José Aníbal (PSDB)- e
para a apresentadora Soninha (PT).
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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