São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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SÃO PAULO


Em 2000, escândalo da máfia dos fiscais provocou renovação

Dos 55 novos parlamentares, só 26 haviam sido eleitos em 2000



PT perde cinco vereadores; PSDB ganha cinco

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT foi o partido que mais perdeu com a composição da nova Câmara Municipal de São Paulo. Caiu das atuais 18 cadeiras para 13. A diferença de dez vereadores sobre a segunda maior bancada, justamente a do arquiinimigo PSDB, evaporou. Agora, o placar é 13 a 13. Os tucanos conseguiram reeleger todos os seus oito vereadores e ganharam mais cinco.
No PT, saíram vereadores mais independentes do governo, que não se alinhavam automaticamente com a prefeitura. Dos 18 atuais vereadores, dez não se reelegeram. Com menos dinheiro na campanha, nomes como Carlos Neder, Nabil Bonduki e Odilon Guedes, técnicos, estão fora.
Por outro lado, quase todo o primeiro escalão de Marta que tentou uma vaga conseguiu se eleger, à exceção de Nádia Campeão (ex-Esportes), do PC do B.
Se nesses últimos quatro anos a prefeita Marta Suplicy (PT) aprovou tudo que quis, o próximo a ocupar o cargo deve enfrentar mais dificuldades, seja a própria petista, seja José Serra (PSDB).

Renovação maior que 2000
A renovação da Câmara nesta eleição foi maior ainda que a de 2000, quando metade dos vereadores não se reelegeu, no embalo do escândalo da máfia dos fiscais.
Os principais motivos para tamanha mudança foram a onda Lula em 2002, que transformou muitos vereadores do PT em deputados, e o crescimento do PSDB e do PTB nesta eleição.
Dos 55 novos vereadores, apenas 26 haviam sido eleitos em 2000, uma taxa de renovação de 52,7%. A maioria, 29, é de novos nomes. Se a comparação for com as atuais bancadas, ainda assim o índice de renovação é alto, 45,5% -30 dos 55 atuais vereadores se reelegeram, sendo que apenas três não disputaram uma vaga.
Há quatro anos, a renovação foi de 50,9%, com 27 dos 55 reeleitos. Na época, a Câmara Municipal sofreu um processo de depuração, com muitos nomes que ocupavam uma cadeira há décadas, como Brasil Vita (PPB), fora.
O que provocou a mudança em 2000 foi a investigação da máfia dos fiscais, que descobriu o envolvimento de vereadores com a cobrança de propinas por fiscais das então administrações regionais. Houve cassações e prisões.
Agora, o fenômeno é outro. Em 2002, muitos petistas saíram para cargos mais altos, como José Eduardo Cardozo e José Mentor, eleitos deputados federais. Além disso, a coligação com o PTB acabou deixando muitos petistas fora, em razão do bom desempenho de alguns petebistas, como Celso Jatene, o terceiro mais votado.


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