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SÃO PAULO
Em 2000, escândalo da máfia dos fiscais provocou renovação
Dos 55 novos parlamentares, só 26 haviam sido eleitos em 2000
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PT perde cinco vereadores; PSDB ganha cinco
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT foi o partido que mais perdeu com a composição da nova
Câmara Municipal de São Paulo.
Caiu das atuais 18 cadeiras para
13. A diferença de dez vereadores
sobre a segunda maior bancada,
justamente a do arquiinimigo
PSDB, evaporou. Agora, o placar
é 13 a 13. Os tucanos conseguiram
reeleger todos os seus oito vereadores e ganharam mais cinco.
No PT, saíram vereadores mais
independentes do governo, que
não se alinhavam automaticamente com a prefeitura. Dos 18
atuais vereadores, dez não se reelegeram. Com menos dinheiro na
campanha, nomes como Carlos
Neder, Nabil Bonduki e Odilon
Guedes, técnicos, estão fora.
Por outro lado, quase todo o
primeiro escalão de Marta que
tentou uma vaga conseguiu se eleger, à exceção de Nádia Campeão
(ex-Esportes), do PC do B.
Se nesses últimos quatro anos a
prefeita Marta Suplicy (PT) aprovou tudo que quis, o próximo a
ocupar o cargo deve enfrentar
mais dificuldades, seja a própria
petista, seja José Serra (PSDB).
Renovação maior que 2000
A renovação da Câmara nesta
eleição foi maior ainda que a de
2000, quando metade dos vereadores não se reelegeu, no embalo
do escândalo da máfia dos fiscais.
Os principais motivos para tamanha mudança foram a onda
Lula em 2002, que transformou
muitos vereadores do PT em deputados, e o crescimento do
PSDB e do PTB nesta eleição.
Dos 55 novos vereadores, apenas 26 haviam sido eleitos em
2000, uma taxa de renovação de
52,7%. A maioria, 29, é de novos
nomes. Se a comparação for com
as atuais bancadas, ainda assim o
índice de renovação é alto, 45,5%
-30 dos 55 atuais vereadores se
reelegeram, sendo que apenas
três não disputaram uma vaga.
Há quatro anos, a renovação foi
de 50,9%, com 27 dos 55 reeleitos.
Na época, a Câmara Municipal
sofreu um processo de depuração, com muitos nomes que ocupavam uma cadeira há décadas,
como Brasil Vita (PPB), fora.
O que provocou a mudança em
2000 foi a investigação da máfia
dos fiscais, que descobriu o envolvimento de vereadores com a cobrança de propinas por fiscais das
então administrações regionais.
Houve cassações e prisões.
Agora, o fenômeno é outro. Em
2002, muitos petistas saíram para
cargos mais altos, como José
Eduardo Cardozo e José Mentor,
eleitos deputados federais. Além
disso, a coligação com o PTB acabou deixando muitos petistas fora, em razão do bom desempenho
de alguns petebistas, como Celso
Jatene, o terceiro mais votado.
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