São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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SÃO PAULO


Tucano afirma que não vai "descansar em cima de pesquisas" Serra critica Mercadante, que se lançou ao governo do Estado


Serra espera voto malufista contra PT no 2º turno

RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

Confiantes de que os votos do terceiro colocado Paulo Maluf (PP) são contra o PT e migrarão naturalmente para o PSDB, os tucanos acreditam numa ampliação da vantagem de seu candidato a prefeito de São Paulo, José Serra, no segundo turno em relação à prefeita Marta Suplicy (PT).
"O que vamos fazer é identificar o nosso discurso com esse eleitorado. Porque o líder político não é o dono do voto. Ele é o receptador", afirmou o deputado federal Walter Feldman, um dos coordenadores da campanha.
Com 734.580 votos, o eleitorado malufista é o principal alvo dessa estratégia. A interpretação dos tucanos é de que para os eleitores de Maluf é incompatível uma aliança dele com o PT, devido ao histórico de polarização do ex-prefeito com os petistas, na capital.
Apesar de Serra ter afirmado ontem que não pedirá apoio político pessoalmente, o partido já trabalha para isso.
Uma reunião do conselho coordenador de campanha, que deveria acontecer na noite de ontem, sob o comando de José Henrique Lobo, definiria as estratégias para a busca de apoio e os principais interlocutores deste processo.
Segundo a Folha apurou, o principal cacique dessas negociações políticas deve ser o deputado federal Aloyzio Nunes Ferreira. Outros dois principais negociadores serão o deputado federal Walter Feldman e o deputado estadual Edson Aparecido.
Um dia após ser eleito para o segundo turno com vantagem de quase oito pontos percentuais, Serra afirmou que "não vai descansar em cima de pesquisas", que o colocam em vantagem em relação a Marta, e se esforçará para "aprofundar as diferenças" entre as duas propostas.
"Nós planejamos, a atual prefeitura não planeja. Eles não ligam para custos e desperdícios. Nós damos importância a isso. Eles não têm políticas claras de prioridades do ponto vista social. Nós temos. Eles não têm política para a saúde. Nós temos. Eles têm política de educação distorcida, que não dá atenção à qualidade do sistema educacional. Nós damos. Enfim, é um conjunto de diferenças importantes", atacou Serra.
O candidato afirmou ainda que "segundo turno é continuação do primeiro". "Não tem essa história de que é uma outra eleição completamente diferente. Não é, é uma continuidade."
Em entrevista na rádio Jovem Pan, Serra atacou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que declarou que deseja ser candidato ao governo do Estado em 2006. "Se ele tem pretensões políticas para o futuro, é muito importante que ele passe a se ater à verdade e não continuar os truques mercadológicos, essas invenções que têm caracterizado a conduta desses adversários."
O candidato referia-se as afirmações feitas por Mercadante nos programas do PT de que o governo Fernando Henrique Cardoso não liberou financiamentos para São Paulo.
"Isso não é verdade, já foi demostrado por uma matéria da Folha de São Paulo." O candidato não citou que a mesma reportagem mostra que o PSDB também maquiou dados em suas propagandas ao falar sobre a liberação de verbas federais para a prefeita Marta Suplicy (PT).


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